Serviços crescem mais que PIB
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Atividade teve receita líquida de R$ 680,1 bilhões em 2008, alta de 13,1%, de acordo com o IBGE, enquanto PIB do País subiu 6,1% no mesmo ano. A crise econômica não abalou os negócios.
Ricardo Osman
O setor de serviços não financeiros do País obteve uma receita operacional líquida de R$ 680,1 bilhões no ano de 2008, o que representa aumento de 13,1% sobre ano anterior (a receita operacional líquida é a diferença entre a receita bruta e o pagamento de impostos, abatimentos, descontos e vendas canceladas). A informação consta da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A expansão do segmento de serviços não financeiros no País é considerada expressiva, principalmente quando comparado com a evolução do Produto Interno Bruto (PIB), que avançou 6,1% no período entre 2007 e 2008. "O crescimento real do setor de serviços não financeiros não chegou a ser abalado pela crise financeira internacional que ocorreu no final de 2008", disse a analista do IBGE, Ana Carla Magni. "É isso o que mostram os dados da pesquisa", completou.
O segmento de Informação e Comunicação é o que apresentou a maior receita, somando R$ 203,5 bilhões, equivalente a 30% do total. Dentro desse ramo que reúne serviços de internet, TV por assinatura e agências de notícias, está a atividade de telecomunicações, a campeã em receita do setor, totalizando R$ 122 bilhões no período.
Outro segmento forte é o de Transporte e Serviços Auxiliares, o que inclui as entregas dos Correios, que registrou receita de R$ 198,5 bilhões ao longo de 2008, o que representa 29,2% do total. O segmento de Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares (que inclui os escritórios, os profissionais liberais, consultores e agências de viagem) obteve receita operacional de R$ 163,3 bilhões, o que corresponde a 24% do total.
"Além do aumento da receita operacional de 2007 para 2008, houve expansão de 10,3% no número de pessoas ocupadas no setor de serviços não financeiros e de 14,6% nos salários", afirmou a analista do IBGE Ana Carla.
Salários – Em 2008, o setor tinha 9,2 milhões de pessoas e reunia de restaurantes a petshops. A atividade que melhor remunerou os trabalhadores foi a de transporte dutoviário (oleodutos e gasedutos), que pagou, em média, 18,7 salários mínimos mensais a seus funcionários.
Em segundo lugar no ranking ficou o transporte aéreo, com renda média de 8 salários mínimos e, em terceiro lugar, o de transporte ferroviário e metroviário, com remuneração média de 7,6 salários mínimos. Mas a atividade que mais emprega é o ramo de alimentação (classificado como serviços prestados à família), que tem 1,2 milhão de pessoas.
A pesquisa revelou que em 2008 um total de 879 mil empresas atuavam no setor de serviços não financeiros em todo o País. A massa salarial total dessas pessoas foi de R$ 128,1 bilhões. O segmento de Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares respondia pela maior massa salarial, de R$ 44,2 bilhões.
O levantamento mostrou também quais segmentos desse setor mais empregavam no País. A maior parcela dos trabalhadores estava no setor de Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares. Eram 3,6 milhões de pessoas no País, ou 39,5% do total dos 9,2 milhões de profissionais que atuam no ramo de serviços não financeiros.
Do total de empresas do setor de serviços não financeiros, 292 mil são da área de serviços prestados às famílias, onde estão os negócios do ramo de alimentação, que tem 200 mil companhias.