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‘Ser empresário no Brasil é ser herói, ser persistente’, diz presidente da Cacau Show

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Estadão.com.br

Em entrevista ao portal ‘Economia & Negócios’, Alexandre Tadeu da Costa conta que pode abrirocapital da empresa no futuro e admite que estuda novos negócios no exterior

Leticia Bragaglia, do Economia & Negócios

SÃO PAULO – Alexandre Tadeu da Costa se orgulha dos números da Cacau Show. A empresa, criada por ele há mais de 20 anos em uma sala de 12 metros quadrados, hoje ocupa uma moderna construção na qual foram investidos R$ 50 milhões. A nova fábrica vai produzir em 2010 mais de 12 mil toneladas de chocolate. "Esperamos um aumento de 50% nas vendas na Páscoa desse ano," conta Alexandre, que pretende fechar o ano com mil pontos de vendas espalhados pelo país.

O sucesso da marca que vem atraindo cada vez mais franqueados se deve, segundo ele, à qualidade do produto e ao preço bem mais baixo do que a concorrência. "Sou obcecado em cortar custos. Mas fazemos isso sem prejudicar o sabor do chocolate," diz ele, que viaja várias vezes ao ano para o exterior em busca de novidades.

Alexandre trabalha duro para vencer a concorrência, mas faz questão de frisar. "Para mim não é só um negócio, é um sonho, é a minha vida. Faço chocolates com amor desde os 17 anos. Durante esses anos todos tive muitos motivos para desistir. Enfrentei o plano Collor, as crises econômicas pelas quais o país passou. Ser empresário no Brasil é ser herói, ser persistente."

Alexandre conta que sua paixão pelo chocolate começou cedo, quando a avó paterna, dona Leonor, dava a ele alguns bombons. "Eu tinha só três anos, mas essa lembrança me marcou". Quinze anos depois, Alexandre já circulava pelas ruas da Casa Verde, na zona Norte de São Paulo, com um fusquinha branco abarrotado de chocolates.

"Essa experiência de bater de porta em porta foi fundamental para que eu entendesse a cabeça do consumidor. Hoje estou tentando descobrir onde está esse fusquinha. Quero recomprá-lo," conta Alexandre, que ainda mantém na empresa vários funcionários desta época. Com Angela, uma das primeiras a serem contratadas, casou e teve três filhos.

Como chefe, Alexandre diz ser rigoroso, mas humano. "Tento envolver todo mundo no meu sonho. Uma vez por mês me reúno com eles pra conversar e tocar violão".