Reservas brasileiras batem recorde e somam US$ 209,576 bi
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estadao.com.br
Volta de fluxo cambial positivo no País possibilita intervenções do BC no mercado cambial e aumenta reservas
Fernando Nakagawa e Renata Veríssimo, da Agência Estado
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Mesmo com a crise financeira internacional, o Banco Central (BC) retomou os leilões de compra de dólar no dia 8 de maio. Desde então, essas intervenções diárias já retiraram US$ 6,2 bilhões do mercado, conforme dado atualizado até 15 de julho. Essas intervenções têm sido possíveis porque o fluxo de dólares voltou a ficar positivo para o Brasil. Entre abril e junho, por exemplo, US$ 6 bilhões ingressaram no País e o fluxo cambial no acumulado de 2009 – que estava negativo – voltou a ficar positivo, com a entrada de US$ 3,1 bilhões este ano até a última sexta-feira (dia 10).
Outro motivo que ajudou no aumento do montante é a valorização dos ativos que compõem as reservas. Os quase US$ 210 bilhões são investidos em aplicações consideradas de baixíssimo risco, como os títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries) e o ouro. Em meio à crise, investidores migraram das ações – consideradas arriscadas – para opções mais seguras, como os papéis norte-americanos. Esse movimento elevou a procura pelos títulos, o que aumentou o valor de mercado desses ativos. Como o Brasil os possuía, houve consequente valorização das reservas.
Mas essa entrada de novos dólares nas reservas não lembra em nada o que se via há alguns meses. Logo após o agravamento da crise em setembro do ano passado, o BC passou a usar as reservas para tentar minimizar os efeitos da crise. Foram duas ações para tentar reverter a escassez de dólares no Brasil: venda de dólares no mercado à vista e empréstimo para o financiamento aos exportadores.
Ao todo, o BC repassou US$ 39 bilhões das reservas para o mercado financeiro. Mas com a volta da moeda estrangeira ao País, essas intervenções não são mais realizadas porque empresas têm conseguido comprar a moeda no próprio mercado. Diante disso, US$ 20 bilhões já voltaram às reservas.
No auge da crise, o BC repassou US$ 14,5 bilhões aos bancos em leilões simples de venda de dólar. Ao mesmo tempo, empréstimos para exportadores colocaram US$ 24,4 bilhões no mercado. Desses recursos, US$ 15,9 bilhões já foram devolvidos ao BC porque o prazo do empréstimo terminou.