Receita e PF investigam portugueses e espanhois
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Ceára Agora
A Polícia Federal e a Receita Federal estão em avançadas investigações sobre um grupo português que investe milhões de euros em investimentos imobiliários no Nordeste. Inicialmente, o foco das investigações seria Natal, no Rio Grande do Norte, mas nem a PF nem a Receita desmentem que esse grupo português suspeito de lavagem de dinheiro também não atue no Ceará. Pelo menos um delegado confirmou que há indícios de conexões com a presença desses investidores portugueses também no Ceará. Ampliando as investigações, a Receita e a PF também devem apurar os investimentos de espanhóis no litoral nordestino. Esse fato a se confirmar gera preocupação ao turismo cearense. Leia mais sobre esse assunto em matéria publicada hoje pelo jornal Tribuna do Norte, de Natal:
Receita Federal investiga novos grupos estrangeiros
Tribuna do Norte
Um grupo investidor português é alvo de uma investigação – já em avançado estado – por parte da Polícia Federal e da Receita Federal. O grupo é suspeito de operar no mercado imobiliário um esquema de lavagem de dinheiro muito parecido com o detectado esta semana com a quadrilha norueguesa “B-Gang”. O fisco adiantou ainda que tem como alvo de investigações futuras outros grupos estrangeiros que atuam no RN.
A Receita Federal informou que o grupo Português – nome mantido em sigilo – é alvo de uma fiscalização onde se detectou fortes indícios de ilicitudes nas transações comerciais. O volume negociado, no entanto, é muito inferior aos cerca de R$ 100 milhões “lavados” por um grupo norueguês desbaratado esta semana.
“A fiscalização está avançada e o esquema envolve a compra e venda de imóveis, algo muito parecido com o que acontecia com o grupo norueguês. Outras investigações estão prestes a serem iniciadas”, disse um alto funcionário do Setor de Fiscalização da Receita Federal. As investigações futuras atingirão, entre outros investidores, um grupo espanhol que investiu nos últimos anos cerca de R$ 40 milhões no RN.
A Receita Federal colaborou de forma decisiva para identificar a lavagem de dinheiro da “B-Gang” no RN. O fisco explicou que o dinheiro – lícito e ilícito, obtido através de crimes – entrava de forma legal no País, via Banco Central, através de depósitos em contas de pessoas físicas, operações de câmbio ou por meio de empresas “espelho” com sedes no Brasil e no exterior. Era um sistema complexo, montado para dar um aspecto de legalidade a lavagem de dinheiro.
Como o dinheiro saía ainda é um mistério, que deve ser desvendado a partir da analise de uma pilha de documentos e dos arquivos de computadores apreendidos com a deflagração da “Operação Paraíso”.
A RF, no entanto, suspeita da forma como o dinheiro saída do país. “Ainda estamos analisando a saída do dinheiro, mas acreditamos que os envolvidos vendiam imóveis no exterior e declaravam um valor inferior ao negociado. O dinheiro não declarado permanecia no exterior”, disse o funcionário. A tese será posta a prova nessa segunda etapa da investigação, considerada uma das mais complexas já realizadas pela RF no RN.