Produtos made in Paraíba estão nos cinco continentes
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Por: JEAN GREGÓRIO
Apesar do câmbio desfavorável, do mercado internacional cada vez mais competitivo e do desempenho ainda tímido nas exportações, os produtos e os serviços ‘made in Paraíba’ já podem ser encontrados nos cinco continentes do planeta. Eles vão desde o saboroso mamão papaia, da empresa Doce Mel, em Mamanguape, ao cobiçado etanol das usinas paraibanas, passando pelas duas grandes indústrias instaladas no Estado, que vem liderando a pauta de exportação, como é o caso da Alpargartas, em Campina Grande, que produz as sandálias havaianas que já desfilam nas ruas de 85 países, e da linha de tecidos de cama, mesa e banho da Coteminas, em João Pessoa.
Outro produto tipo exportação, genuinamente paraibano, que ganhou preferência do exigente consumidor europeu são as peças produzidas pelo Consórcio Natural Fashion, que trabalha o algodão na cor café-com-leite que já nasce colorido. O segmento de TI (Tecnologia de Informação) também desponta no cenário internacional com invenções criativas e inovadoras. Com o desenvolvimento de software, as empresas Zênite, em João Pessoa, a New Ink Tecnologia e a Nevoa Networks, de Campina Grande, e outras que formam o Farol Digital vêm fazendo a cabeça dos americanos, europeus, chineses, japoneses e de outros 30 países.
Entretanto, o dólar em queda desestimulou as empresas exportadoras. O volume das exportações paraibanas no primeiro semestre alcançou US$ 107,4 milhões de dólares, variação de -2,5%, quando comparado ao primeiro semestre do ano ano passado. Ao contrário das importações, que seguiram em ritmo mais acelerado atingindo US$ 177,6 milhões de dólares contra US$ 146,2 milhões no mesmo período do ano passado, alta de 21,42%. “As empresas que iniciaram atividades exportadoras com base apenas no preço estão com grandes dificuldades para manter essa relação comercial internacional”, avalia a consultora e sócia-gerente da Brazilliant, Luciana Rabay, que presta serviços de consultoria na área de comércio exterior para empresas paraibanas.
Contudo, nem todas as empresas estão pensando em recuar no mercado internacional. A diretora-presidente da Natural Fashion, Maysa Motta Gadelha, disse que mesmo o câmbio em baixa para as exportações, a empresa que produz mais de 300 tipos de produtos a partir do algodão colorido vem aumentando as vendas para o mercado externo. “O nosso produto foi prejudicado com o câmbio a partir do momento em que o turista deixou de vir ao Brasil, mas as vendas no exterior estão aumentando. Em 2007, o crescimento chegou a 30%”, declara Maysa, que exporta duas mil peças por mês. Já a empresa New Ink Tecnologia, em Campina Grande, que produz testadores de cartucho para recarga das diversas marcas e séries, ainda comemora as vendas do ano passado. “Tivemos um crescimento de praticamente 100% nas vendas para o mercado externo”, frisa o analista de sistemas e proprietário, Edjon Santos.
Já o diretor-presidente da Doce Mel, Roberto Cavalcanti Morais Júnior, que exporta mamão papaia golden para a Europa, disse que está deslocando uma parte da produção externa para o mercado interno doméstico. “Reduzimos 40% das exportações, pois o dólar nesse patamar está inviabilizando as exportações”, declarou o empresário, que também reclama do custo do transporte aéreo dos mamões para a Europa que reduzem a lucratividade.