Problema da Previdência não é contábil, mas de justiça social, diz especialista
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Agência Câmara de Notícias
Fabio Giambiagi, especialista em Previdência Social, disse que o problema no Brasil não é contábil, mas de justiça social.
Segundo ele, um sistema que permite aposentadorias precoces enquanto gastos com saúde e educação caem, não é um sistema justo. “Eu tenho vergonha de um país que permite essa dilapidação dos recursos públicos.”
Ele afirmou que a média de idade da aposentadoria dos trabalhadores rurais é de 58 anos e das mulheres que se aposentam por tempo de contribuição, de 53 anos. “Isso não é um debate partidário, é importante para o futuro dos nossos filhos.”
Cálculo dos benefícios
O economista sugeriu, porém, mudanças na reforma. Sugeriu o aumento de 51% para 55% do percentual inicial para o cálculo dos benefícios. Por essa proposta, uma pessoa que começasse a contribuir aos 20 anos e chegasse aos 65 com 45 anos de contribuição, teria 100% do benefício.
Ele também disse que o fim da acumulação da aposentadoria com pensão vai afetar muito os viúvos ou viúvas porque alguns gastos grandes como aluguel continuam os mesmos após a morte do companheiro. “Talvez pudéssemos limitar a acumulação, mas não proibir”.
Fabio Giambiagi é superintendente na Área de Planejamento e Pesquisa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele participa de audiência pública da Comissão Especial da Reforma da Previdência (PEC 287/16).
A proposta altera regras em relação à idade mínima e ao tempo de contribuição para se aposentar, à acumulação de aposentadorias e pensões, à forma de cálculo dos benefícios, entre outros pontos.
A comissão está reunida no plenário 3.