Preços dos alimentos sobem até dez vezes mais que a inflação
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Jornal da Paraíba
No primeiro bimestre deste ano, a inflação acumula alta de 2,48%, mas itens como feijão carioca, cenoura, tomate e cebola dispararam e são os vilões da temporada.
Bárbara Wanderley
Seja por motivo da entressafra ou devido à estiagem, os consumidores já estão sentindo no bolso a elevação no preço de alimentos básicos como o feijão carioca (26,05%), a cenoura (23,90%), o tomate (20,70%) e a cebola (19,98%), que são os maiores vilões da inflação no primeiro bimestre no bolso das famílias. No caso do feijão carioca, o aumento chega a superar em mais dez vezes a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é de 2,48%. Nesse cenário, os consumidores revelam que já começaram a cortar despesas supérfluas para conseguir cobrir os gastos com alimentação.
“Tudo está mais caro, mas é o jeito comprar, feijão não pode faltar”, disse a doméstica Lenilda Barbosa. “É muito difícil, principalmente para quem tem criança”, completou ela explicando que quem tem filhos naturalmente gasta mais no supermercado.
Já a empregada doméstica Maria Gorete da Silva contou que faz compras para a patroa toda semana, e sempre percebe que o valor vai ficando mais alto.
“Com certeza aumentou. Toda semana eu venho e toda semana é mais caro, principalmente frutas e verduras”, destacou.
Maria Gorete explicou que quando compra para a patroa apenas obedece à lista de compras, sem questionar muito os preços. Quando os alimentos são para ela, no entanto, nem tudo entra no carrinho. “Às vezes a gente deixa de comprar coisas que gosta porque está muito caro”, disse. Para garantir a alimentação, a doméstica afirmou que já vem cortando supérfluos. “Porque comida a gente não pode deixar de comprar”, ponderou.
O presidente da Associação dos Supermercados da Paraíba, Cícero Bernardo, esclareceu que os hortifrutigranjeiros apontados como os mais caros são produtos de época e se encontram em fase de entressafra, por isso houve elevação nos preços.
Além disso, Bernardo explicou que as regiões Sul e Sudeste estão sem produção devido à estiagem. “Estamos produzindo para nós e para eles”, afirmou. Dessa forma, os produtores elevam os preços por saber que não está havendo oferta e existe demanda em outras regiões.
Cícero Bernardo afirmou ainda que devido a essa situação os preços altos devem perdurar mesmo após o período de entressafra. “Só vai diminuir quando chover lá no Sudeste e eles conseguirem normalizar a produção”, avaliou.
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