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Poupança tem maior retirada da história no mês de março

Publicado em:

Jornal da Paraíba

 

 

 

Endividamento dos consumidores e perda de rentabilidade fazem saques superar depósitos em R$ 11,4 bi.

O forte endividamento dos consumidores e a perda de atratividade provocada pela alta dos juros básicos fizeram a poupança registrar, em março, a maior retirada mensal líquida de recursos da história. No mês passado, os correntistas retiraram R$ 11,44 bilhões a mais do que depositaram na caderneta.
A maior velocidade e volume das retiradas frente aos depósitos, segundo o sócio da consultoria de João Pessoa, Sir Investimento, Rodrigo Guedes, não é uma surpresa, considerando a conjuntura econômica atual.

Rodrigo Guedes citou três principais fatores que favoreceram o grande montante de saques no mês passado. O primeiro é que os consumidores estão perdendo poder de compra e estão recorrendo à “gordura” para pagar as contas. O desemprego está aumentando e, sem renda, as pessoas têm que utilizar as reservas. “A poupança não está rentável quanto antes, então quem tem mais dinheiro está migrando para outras aplicações financeiras. Outros, simplesmente, deixaram de poupar”, declarou Guedes.

Em 2015, a retirada líquida da caderneta atinge R$ 23,23 bilhões. Em todos os meses do ano até agora, a poupança registrou captação líquida negativa. Em janeiro, os brasileiros tinham retirado R$ 5,53 bilhões a mais do que depositaram na aplicação financeira. Em fevereiro, os saques superaram os depósitos em R$ 6,26 bilhões.

As taxas mais altas mudaram o rendimento da poupança desde o fim de agosto de 2013, quando a Selic superou a marca de 8,5% ao ano. Pela regra, se a Selic estiver até esse nível, o rendimento será equivalente a 70% da taxa básica de juros mais a Taxa Referencial (TR). Acima desse nível, a caderneta rende 0,5% ao mês mais a TR.

RENTABILIDADE BAIXA
O aumento dos juros fez os fundos de renda fixa passar a render mais do que a caderneta na maioria dos casos. Por lei, a poupança é isenta de Imposto de Renda e de taxas de administração. Mesmo assim, de acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), os fundos tornaram-se mais vantajosos, principalmente em aplicações de mais de 6 meses. (Colaborou Alexandra Tavares)