PIS/Cofins dobrará carga para construção, diz setor
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CTE – Centro de Tecnologia de Edificações
Com a unificação de PIS/Cofins, o setor da construção como um todo, que contribuía com 3,65% do faturamento, passará a pagar uma alíquota de cerca de 6,5%, estima o Cbic (câmara brasileira da indústria).
“No nosso caso, vai quase dobrar [a carga do tributo]”, diz José Carlos Martins, presidente da entidade.
O setor negocia com o governo a adoção de uma alíquota diferente daquela do restante a indústria.
“A CSS (Contribuição para a Seguridade Social) é um IVA nacional, como o que existe no exterior, que surge com a fusão do PIS/Cofins. Ela é um tributo sobre o valor agregado: quem agrega valor, paga”, afirma Martins.
“Quem presta serviço vai pagar a conta. Para uma montadora, que usa uma longa cadeia, é uma beleza, pois cada passinho agrega pouco.”
Como a cadeia nas áreas de serviços e de construção é muito horizontalizada, os impactos são maiores, defende. “Na construção são dois ou três passos e entrego o produto final. É diferente de uma cadeia que vai do minério de ferro até chegar à montadora e à loja, que vai vender o carro”, completa.
“A CSS vai penalizar quem emprega, quem agrega valor, em um momento em que o Brasil precisa de emprego. Daí, [o governo] reclama que não arrecada.”
Em 2007, a arrecadação do setor foi de R$ 7,6 bilhões para a Previdência. Em 2013, último dado disponível, saltou para foram R$ 22,1 bilhões.
“Foram quase R$ 14,5 bilhões que entraram no caixa, graças ao setor. Quando deixam de pagar a fatura, deixam de investir, provocam queda na arrecadação e na formalização, que eleva salários, que vinha crescendo. E, além disso, ‘dê-lhe imposto’.”
Fonte: Folha de S. Paulo, Mercado Aberto, 10/08/2015