PIB do Brasil deve crescer 4,9% neste ano, aponta relatório. Mas recessão é risco
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) fez uma leve revisão para cima da previsão de crescimento econômico do Brasil. No relatório divulgado ontem, o fundo estima que a economia brasileira deva crescer 4,9% em 2008, ou 0,1 ponto percentual a mais do que o organismo havia estimado em abril último. Para o próximo ano, as previsões são de que o Brasil cresça 4% (em abril, previa-se 3,7%).
Segundo o diretor do Departamento de Pesquisa do FMI, Simon Johnson, há chances de haver uma recessão global ainda neste ano. No entanto, o desempenho econômico mundial surpreendeu na primeira metade do ano, o que permitiu que o FMI revisasse seus prognósticos para cima.
O fundo, porém, adverte que a economia global está em “situação difícil” e alerta para “desaceleração significativa” no segundo semestre antes de uma recuperação gradual em 2009. Johnson disse que os riscos financeiros não vão desaparecer logo, e a economia global enfrenta sua “posição mais difícil em muitos anos”. As condições financeiras são muito frágeis, e inflação é uma preocupação crescente, diz.
As economias emergentes e em desenvolvimento vão registrar uma desaceleração de seu crescimento para 6,9% em 2008 e para 6,7% em 2009 (em 2007 registrou 8%).
A China deve crescer 9,7% em 2008 e 9,8% em 2009, ante quase 12% previstos em 2007. A Índia deve avançar 8% em 2008 e em 2009, ante 9,3% em 2007. Já a previsão para a Rússia é de crescimento expressivo, de 7,7% em 2008 e de 7,3% em 2009, em comparação aos aos 8,1% registrados em 2007.
A economia dos Estados Unidos deve ter expansão de 1,3% neste ano, aponta a revisão do FMI. Mas mesmo com a expressiva revisão de 0,8 ponto percentual para cima em relação ao projetado em abril, a economia norte-americana crescerá 0,9 ponto percentual abaixo de 2007, quando o crescimento foi de 2,2%.
Segundo o fundo, a revisão reflete indicadores divulgados após o relatório de abril, como o crescimento de 1% no primeiro trimestre deste ano, ante estimativas iniciais do Departamento do Trabalho dos EUA de 0,6% e 0,9%. “Mas a economia deve registrar contração moderada no segundo semestre, com queda no consumo causada pela alta do petróleo e dos alimentos e as condições mais restritas de crédito, antes de começar a se recuperar gradualmente em 2009.”
A zona do euro deve crescer 1,7% em 2008 e 1,2% em 2009, (em 2007 cresceu 2,6% ). A Alemanha, maior economia da região, pode crescer 2% em 2008 e 1% em 2009 (2,5% em 2007). O Reino Unido deverá crescer 1,8% em 2008 e 1,7% em 2009 (3,1% em 2007). (Agências)