Pesquisa mostra que micro e pequenas empresas empregam mais
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Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2008 foi divulgado pelo Sebrae e Dieese nesta sexta (11)
Regina Xeyla
O estudo foi apresentado pelo diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. Ele mostrou, em gráficos, que as micro e pequenas empresas totalizaram em 2006 2,2 milhões de estabelecimentos com empregados e respondem por 13,2 milhões dos postos de trabalho formal no País. Analisando esses dados, no período de 2002 a 2006, esse mesmo público foi responsável por 43% dos 5,3 milhões de postos de trabalho formal gerados no Brasil.
Do ponto de vista setorial, as micro e pequenas empresas dos setores de comércio e de serviços representaram 84% do universo de estabelecimentos formais brasileiros, totalizando mais de 1,8 milhão de estabelecimentos em 2006. Outro dado interessante demonstrou que existe uma grande rotatividade de mão-de-obra nas micro e pequenas empresas: microempresa contratação (4,4%), desligamento (3,4%); pequena empresa, 3,2% e 3,1%, respectivamente. Segundo Clemente, são as médias e grandes empresas que provocam essa dinâmica, já que demandam produtos e serviços a micro e pequenas.
Quanto à remuneração média mensal dos empregados das empresas formais, as micro e pequenas empresas tiveram um aumento real de salários da ordem de 19,7% e 27%, respectivamente. Isso representa um ganho real dos trabalhadores de micro e pequenas empresas de mais de 20% em média no ano de 2005 e 2006. Importante ressaltar que esse aumento já desconsidera a inflação do período.
O estudo revela também que são as mulheres que a cada ano vem conquistando novos espaços no mercado em quatro setores da economia: serviços, comércio, indústria e construção. Na microempresa, entre 2002 e 2006, houve um crescimento de 39,6%, o que representava 2.074.260 mulheres, para 41,3%, o que corresponde a 2.552.261 mulheres.
Também na pequena empresa, o emprego feminino cresceu mais que o masculino, com participação de 36,1% para 37,4%, entre 2002 e 2006. Para Clemente, as micro e pequenas empresas são um instrumento representativo das classes minoritárias, empregando cada vez mais mulheres e negros, valendo também para a questão salarial.
"Se existia uma afirmação de que as micro e pequenas empresas são responsáveis por absorver os trabalhadores com menos escolaridade, hoje, já não existe mais", disse Clemente. Isso porque, o estudo demonstrou que houve uma diminuição gradual no índice de analfabetismo dos trabalhadores de micro e pequena empresas de todos os setores. Segundo ele, esse dado positivo deve ser reflexo do aumento do grau de escolaridade da população brasileira.
As micro e pequenas empresas têm aberto suas portas para pessoas cada vez mais jovens. No Brasil, 45,6% dos empregados em microempresa tinham idade inferior a 30 anos em 2006. Esta proporção atingiu 44,1% para as pequenas empresas. "Acredita-se que o jovem tem na micro e pequena empresa a sua primeira alternativa para sua inserção no primeiro emprego", afirmou o diretor-técnico do Dieese.
Outro dado que foi apresentado aos jornalistas é que as micro e pequenas empresas formais concentradas fora das capitais e grandes cidades respondem por 64% do número de empregos, ou seja, 8,5 milhões de vagas de trabalho.
Para fechar a coletiva, o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, ressaltou que essa pesquisa não contempla o período em que a Lei Geral começou a vigorar, a partir dezembro de 2006. Por conta disso, a expectativa é que nas próximas pesquisas os dados sejam mais positivos no que se refere, por exemplo, à formalidade dos negócios.
Okamotto ressaltou ainda que os números do Anuário vão servir de base para elaboração de políticas públicas mais direcionadas para o segmento e para orientar o trabalho de consultoria e atendimento do Sebrae aos empresários e funcionários.
A íntegra do estudo está no link
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