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Pequeno empresário teme relação com bancos

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Pequeno teme relação com bancos

Mário Tonocchi – 2/2/2010 – 21h31

Levantamento do Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa de São Paulo (Sebrae-SP) mostra que 59% dos micros e pequenos empresários brasileiros querem distância dos financiamentos bancários, seja para fluxo de caixa ou investimento no negócio. "Os outros 41% até aceitam o financiamento mas em condições especiais, como taxa de juros muito reduzidas e pagamento em 18 meses", disse o diretor-superintendente do Sebrae-SP Ricardo Tortorella em palestra, ontem, na Câmara Americana de Comércio (Amcham-SP).

"Essa cultura de recusar empréstimos é antiga entre nossos empresários. Ainda hoje persiste a ideia de que se você entrar no banco pode perder o negócio. Isso é um erro. O mercado financeiro mudou e hoje reconhece as micros e pequenas empresas como bom negócio oferecendo linhas de crédito acessíveis", acrescentou.

Dinheiro próprio – A mesma pesquisa do Sebrae que mostra a aversão ao crédito bancário aponta, no entanto, que 71% dos entrevistados pretendem investir neste ano para ampliar os negócios e o faturamento – 72% acreditam que as vendas devem crescer em 2010. "O que estamos vendo é o esvaziamento desnecessário da poupança do empresário que, sem o dinheiro do banco, mobiliza seus recursos próprios para financiar o empreendimento. Reduzir a poupança é ruim também para o País", observou Tortorella. Ele também criticou a burocracia bancária e a falta de disseminação das linhas de crédito oferecidas para os micros e pequenos empreendimentos.

Serviços – De acordo com Tortorella, o Estado de São Paulo terá 2,7 milhões de micros e pequenas empresas em 2015, divididas em 1,4 milhão de estabelecimentos comerciais, 1 milhão voltados para serviços e 256 mil indústrias. Hoje, são 1,3 milhão ao todo. Na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) o setor de serviços deverá ultrapassar o de comércio, em número, em cinco anos. "É preciso aprofundar as políticas econômicas voltadas para os micros e pequenos empresários, pois nunca se abriu tanta pequena empresa como agora. O setor precisa de atenção especial para crescer", disse.

Geração de renda – No ritmo de crescimento atual, a expectativa para o País é que em 2015 estejam ativas pelo menos 8,8 milhões de micros ou pequenas empresas. Isso representará uma para cada 24 habitantes. "Com isso, chegaremos ao patamar europeu na relação número de micros e pequenas e habitantes", disse o superintendente, lembrando que elas são as que mais empregam, além de funcionarem como vetores para a transferência de renda.

Na Suíça são 22 empresas por habitante; na França, 24 e na Islândia são dez micros e pequenas empresas para cada morador. Neste ano, estima o Sebrae nacional, o País tem 6,8 milhões de empresas, uma para cada 29 habitantes.

Para o presidente do Comitê de Empreendedorismo da Amcham, Juliano Seabra, os pequenos empresários devem analisar todas as formas de investir no negócio, incluindo os financiamentos bancários. "É importante para o empreendedor ampliar os horizontes da empresa para crescer."