Paraíba perde 3,4 mil vagas e tem pior salário médio
Publicado em:
Jornal da Paraíba
Queda nos empregos foi puxada pela indústria de transformação e agropecuária.
A Paraíba registrou nova queda no saldo de empregos criados em março e também manteve o menor salário médio do país entre os contratados no acumulado do primeiro trimestre (R$ 768,24).
Conforme dados publicados ontem pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o saldo de postos com carteira assinada no Estado encerrou março com um recuo de 3,421 mil trabalhadores a mais desligados. O número foi maior que o saldo negativo de março do ano passado (3,1 mil).
As atividades econômicas que puxaram a queda no volume de empregados em março foi a da indústria da transformação (- 3.488 postos) e a agropecuária (-855).
Já a construção civil foi o setor que ainda segurou, em partes, o saldo negativo (623). O setor de serviços (261) também variou positivo. Em menor saldo, também o comércio variou positivo (41).
O primeiro trimestre do ano terminou com redução de 5,826 mil de janeiro a março deste ano. Foram criadas 36,457 mil novas vagas contra 42,283 mil desligamentos.
Contudo, no ano passado, o primeiro trimestre acumulava alta maior de desligamentos (7,359 mil).
A sazonalidade da indústria sucroalcooleira foi apresentada como uma das causas para a redução dos postos de trabalho na Paraíba, segundo o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos na Paraíba (Dieese-PB), Renato Silva. A perda de postos na produção da cana-de-açúcar (usinas, que representam a indústria de transformação, e agropecuária) afeta o mercado de trabalho nesse período. "Neste período de entressafra, é natural que os trabalhadores sejam dispensados e só no meio do ano hajam novas contratações", pontua.
O saldo de março deste ano, ainda mais crítico quando comparado ao mesmo mês do ano passado, foi atribuído ao crescimento da economia do estado pelo diretor técnico do Dieese-PB. “A economia cresceu nestes últimos 12 meses, mas mantém a pequena diversificação. Então, nos mesmos períodos de retração do número de empregos, o volume de redução de postos será crescente a cada ano”, diz Silva.
TERCEIRO PIOR
No cenário nordestino, a Paraíba registrou o terceiro pior saldo entre os empregos formais perdidos no primeiro trimestre deste ano. Alagoas liderou a queda (-23.706), e Pernambuco (-8.224) ficou com o segundo maior recuo. “As economias destes três estados são fortemente atreladas à cana-de-açúcar. E a falta de diversificação da produção resulta nestas quedas abruptas”, relata o economista Renato Silva.
O Nordeste fechou o trimestre com baixa de 24,2 mil postos, a única com variação negativa. O país registrou a criação de 111,7 mil vagas.
SEM RETORNO
A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA tentou contatar com os secretários do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Renato Feliciano (titular) e Marcos Procópio (executivo), ontem, mas não obteve retorno para comentar os números do Caged da Paraíba.
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