Novos balanços bancários derrubam bolsas
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O terceiro maior banco dos Estados Unidos, o JP Morgan, anunciou que o seu faturamento caiu 34% acima do previsto no último trimestre de 2007.
O quinto maior do país, o Wells Fargo – um dos principais bancos de financiamento imobiliário dos Estados Unidos –, também revelou o mesmo balanço, com queda de 38%.
Em outro importante indicador, o Departamento do Trabalho americano anunciou que houve um novo aumento no Índice de Preços ao Consumidor em dezembro.
Com nova alta, o IPC encerrou o ano em +4,1%, a maior alta desde 1990, o que representou uma diminuição do poder aquisitivo dos consumidores e, conseqüentemente, um menor consumo e mais desaceleração econômica.
Apesar disso, em Nova York, as baixas acabaram sendo mais modestas do que na terça-feira, quando o maior banco americano, o Citigroup, anunciou um prejuízo de quase US$ 10 bilhões no mesmo período.
O índice Dow Jones encerrou o dia com baixa de 0,28%, enquanto o Nasdaq, especializado em ações de empresas de alta tecnologia, ficou em -0,95%.
Brasil e Europa
No Brasil, os investidores seguiram a tendência de pessimismo americana e, pelo segundo dia consecutivo, o Índice Bovespa, da bolsa de São Paulo, teve uma alta significativa.
O índice encerrou o dia com baixa de 1,89%, o que totaliza, no ano, uma queda acumulada de 8%.
O câmbio também voltou a subir, repetindo o comportamento da terça-feira, e fechou a R$ 1,773, em alta de 1,13%.
Mais cedo, as bolsas européias operaram ainda influenciadas pelo balanço divulgado pelo Citigroup no dia anterior, anunciando um prejuízo de cerca de US$ 10 bilhões no último trimestre de 2007, e também pelo balanço decepcionante da Intel, relativo ao mesmo período e divulgado na noite de terça-feira.
Em Londres, o FTSE teve baixa de 1,37%, enquanto o DAX, de Frankfurt fechou em -1,25% e o CAC, de Paris, em 0,48%.
Ásia
Na Ásia, pesou a preocupação sobre a redução no consumo nos Estados Unidos, o que deve prejudicar os exportadores asiáticos.
Na eventualidade de uma recessão americana, empresas asiáticas deverão tentar compensar as baixas exportações com maiores vendas à emergente classe média chinesa.
Entretanto, especialistas afirmam que ainda não se sabe quanto esse segmento de consumidores extremamente promissor, porém ainda incipiente, é capaz de absorver a curto prazo.
Em meio a essas incertezas, o índice Hang Seng de Hong Kong teve forte retração e fechou no negativo com queda de 5,37%, e o índice HS H-Shares, que lista empresas baseadas na China continental, despencou 6,56%.
No Japão, o Nikkei de Tóquio encerrou em queda de mais de 3%, o nível mais baixo dos últimos dois anos.
A bolsa de Xangai também registrou pregão negativo, semelhante a Tóquio, com o índice SSE 180 marcando baixa de 3,28%.
Em Cingapura, o Straits Times negociava ao meio-dia a 67,16 pontos, com queda de 2,1%. E em Seul, na Coréia do Sul, o índice KOSPI200 fechou em baixa de 4,3%.
O pessimismo americano ecoou também na Oceania. Austrália e Nova Zelândia fecharam em baixa. O S&P/ASX 200 de Sydney sofreu baixa de 150,3 pontos, e o NZX 50 de Wellington com queda de 1,55%.