Mantega diz que construção civil terá crédito extra de R$ 3 bilhões da Caixa
Publicado em:
EDUARDO CUCOLO
da Folha Online, em Dinheiro
Atualizada às 13h16
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que vai anunciar amanhã o lançamento de uma linha de crédito para as empresas de construção civil. Segundo ele, serão R$ 3 bilhões vindos da Caixa Econômica Federal.
"Vou antecipar aqui [a informação]. Para o capital de giro para construção, vou anunciar amanhã uma linha de crédito com custos menores que os do mercado", afirmou o ministro durante evento realizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
"O dinheiro verá de uma fonte que a própria Caixa Econômica possui, em torno de R$ 3 bilhões", disse o ministro. "O setor de construção está precisando de capital de giro para não ter problema de continuidade [nas obras]."
O ministro não deu mais detalhes sobre a linha. Ontem, ele já reafirmado que esse era um dos setores que mais preocupavam o governo devido à falta de linhas de crédito para empresas no Brasil, umas das conseqüências da crise internacional no sistema financeiro.
Trata-se da segunda ajuda anunciada para o setor neste mês. Na semana passada, o governo editou uma medida provisória que autoriza a Caixa a comprar a participação acionária de construtoras em dificuldades.
Durante o debate realizado hoje na CNI, muitos empresários reclamaram que o governo estava ajudando apenas os bancos e não as empresas. Em resposta, Mantega antecipou o anúncio para a construção civil.
Cobrado pelos empresários, Mantega disse também que o governo estuda a flexibilização no prazo de recolhimento de impostos para ajudar as empresas brasileiras nesse momento de aperto de crédito.
O setor reclama que muitas vezes o empresário é obrigado a recolher o imposto antes de receber o pagamento pela produção, o que torna o problema de falta de crédito mais grave.
"Essa medida está sendo cogitada, mas temos de olhar o impacto sobre as contas públicas, sobre a arrecadação. Nós temos de olhar os dois lados, mas estamos vendo essa questão", afirmou o ministro.