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IR descontará até R$ 70 de aumento dos aposentados

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Portal Terra

Fonte: O Dia

O Leão do Imposto de Renda vai abocanhar parte dos ganhos de aposentados e pensionistas do INSS com menos de 65 anos de idade, que passaram a ganhar acima de R$ 3 mil, com o reajuste de 7,72%. Quando o Ministério da Previdência creditar as novas aposentadorias e pensões, juntamente com os valores da diferença entre os aumentos de 6,14% e 7,72%, as garras do Fisco já terão descontado para os cofres da Receita de R$ 37,25 a R$ 70,13 por aposentado. O motivo é que esses segurados terão mudado de faixa de IR retido na fonte no mês do depósito. O pagamento deverá ser feito na folha de julho, creditada no mês de agosto.

"Ficam livres da mordida aposentados beneficiados pela isenção em dobro prevista para quem tem mais de 65 anos. O limite de isenção dobra de R$ 1.499,15 para quase R$ 3 mil", explica o diretor de Estudos Técnicos do Sindifisco Nacional, Luiz Benedito.

O desconto maior é para quem passa a ganhar o teto de R$ 3.467,40. Com mais R$ 305,15 de atrasados, o segurado terá direito a um benefício total bruto de R$ 3.772,55. No entanto, ele pulará da alíquota de 22,5% para 27,5%. Isso resultará num desconto de R$ 70,13.

Tudo na mesma folha
A expectativa entre os aposentados é que o governo feche logo os detalhes burocráticos para que o pagamento do aumento e dos atrasados sejam feitos na mesma folha do mês que vem, creditada em agosto, como o ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, informou que o crédito seria feito. O governo trabalha para remanejar R$ 1,6 bilhões que virão de cortes no Orçamento e emendas parlamentares.

"Estamos esperando o governo fechar essa parte burocrática para o aumento e os atrasados saírem na folha do mês que vem", ratificou ontem o presidente do Sindicato dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical, João Batista Inocentini.

Centrais discutem alternativa ao fator
Representantes das centrais sindicais se reúnem nesta terça-feira, às 15h, em São Paulo, para discutir alternativas ao fim do fator previdenciário, vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os sindicalistas querem retomar as discussões para substituir o atual mecanismo que reduz o valor dos benefícios de quem se aposenta mais cedo. A ideia é retomar a negociação para implantar a fórmula 85/95.

O governo aposta que o Congresso não derrubará o veto de Lula ao fim do fator. "Os parlamentares têm a exata noção do impacto orçamentário de algumas propostas. Não acredito na derrubada do veto", disse o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, após encontro com Lula.

O líder na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), garantiu que não haverá sessão do Congresso para a derrubada de vetos antes das eleições.

Mobilização para aprovar a recomposição
A mobilização dos aposentados do INSS continuará. O próximo passo será votar e aprovar em plenário da Câmara o PL 4.434, que recompõe o valor das aposentadorias em números de salários mínimos à época da concessão do benefício.

Para isso, a Confederação Brasileira de Aposentados (Cobap) organizará manifestações em vários estados. No Rio de Janeiro, a ideia é repetir a grande passeata que saiu da Avenida Francisco Bicalho, em frente à Estação Ferroviária da Leopoldina, e que reuniu aproximadamente 2 mil pessoas, em março de 2009.

"Vamos nos organizar e fazer nova manifestação aqui no Rio. Vamos mostrar nossa força de novo. Temos condições de fazer um grande ato na segunda quinzena do mês de agosto", promete a presidente da Federação dos Aposentados do Rio de Janeiro, Yeda Gaspar.