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Ipea traça perfil do empreendedor individual

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A maior parte dos empreendedores individuais no Brasil é de homens negros ou pardos que ganham até um salário mínimo por mês e atuam no setor de serviços. Segundo pesquisa realizada pelo Ipea em 2007, 2/3 desses profissionais são homens e trabalham no setor terciário, sendo que aproximadamente 51% recebem até um salário mínimo. Quase 85% não contribuem para a previdência.

Os dados foram apresentados no seminário realizado pela Câmara pelo presidente do Ipea, Márcio Pochmann. Ele informou ainda que houve uma regressão no Brasil, nos últimos 25 anos, no que diz respeito à proteção do trabalhador por meio de legislação. A porcentagem atualmente protegida (50,3%) é praticamente a mesma de 30 anos atrás (50,7%), tendo sido aproximadamente 45% nos anos 80.

"O Brasil tem hoje uma realidade muito diferente e deve encontrar novas formas de proteger seus trabalhadores. Não dá para incorporar um exército de batalhadores apenas pelo assalariamento. Falamos de eletricistas, pipoqueiros, manicures, costureiras, chaveiros e tantas outras ocupações que se encontram à margem de qualquer sistema de proteção", disse Pochmann.

O presidente da Confederação das Entidades de Micro e Pequenas Empresas (Comicro), José Tarcísio da Silva, ressaltou que os trabalhadores informais estão nessa situação em razão do desemprego e da alta carga tributária. Para a categoria, segundo Silva, mais importante que possuir um número de CNPJ é a previdência social. "São pessoas excluídas, que precisam da atenção do Estado", afirmou.

Reportagem – Noéli Nobre
Edição – Patricia Roedel