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Investimento estrangeiro cai na América Latina, mas sobe no Brasil

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Brasil Econômico

 

 

 

 

Segundo a Cepal, Brasil teve um IED 8% maior nos oito primeiros meses de 2014 em relação ao mesmo período de 2013

AFP
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Santiago –  O investimento estrangeiro direto (IED) na América Latina caiu 23% no primeiro semestre de 2014, totalizando 84,071 bilhões de dólares, pela ausência de grandes aquisições e por menos investimentos em mineração, anunciou a Cepal nesta quinta, acrescentando que, no Brasil, o movimento foi no sentido inverso.

Segundo a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), o Brasil teve um IED 8% maior nos oito primeiros meses de 2014 em relação ao mesmo período de 2013, totalizando uma recepção de 42,001 bilhões de dólares no primeiro semestre.

Também cresceram os fluxos de investimento no Uruguai (9%), na Colômbia (10%), no Panamá (26%), na República Dominicana (20%) e na Guatemala (3%).

O investimento estrangeiro direto da América Latina e do Caribe no exterior, que teve queda em 2013, aumentou 78% na primeira metade de 2014, totalizando 17,569 bilhões de dólares.

No Brasil, o balanço de investimento foi positivo pela primeira vez desde 2010 (128%). No México, os fluxos de investimentos ao exterior caíram 18%.

Queda após recorde

A queda vem após o recorde de investimentos de 180,977 bilhões de dólares registrado no ano passado e contrasta com o aumento de 10% em nível global projetado para 2014, segundo um relatório da Cepal.

“Entre os fatores da redução do IED na região, estão a ausência de grandes aquisições empresariais durante o primeiro semestre de 2014 (que compensem as registradas no mesmo período do ano passado) e o esfriamento dos investimentos em mineração pela queda dos preços dos metais”, explicou o relatório.

No ano passado, o crescimento dos investimentos produtivos na região – que representaram cerca de 13% do IED mundial – se sustentou no aumento da demanda interna e dos altos preços dos produtos primários de exportação.

México na frente

Para este ano, boa parte da queda dos investimentos estrangeiros se concentra no México, “onde a compra em 2013 da cervejaria Modelo, por parte da transnacional belga Anheuser-Busch InBev, por 13,249 bilhões de dólares, aumentou excepcionalmente os fluxos de IED”, acrescentou a Cepal.

Durante este ano, foi registrada uma saída de investimento estrangeiro direto de 4,495 bilhões de dólares como resultado da retirada da AT&T do grupo América Móvil.

No total, o IED no México totalizou no primeiro semestre 9,733 bilhões de dólares, com uma queda de 66% em relação ao mesmo período do ano anterior.

No entanto, adverte a Cepal, excluindo essas grandes transferências de investimentos, “o México continuou recebendo fluxos de IED em um nível similar ao dos cinco anos anteriores, com um alto nível de entradas na indústria exportadora e, em particular, no setor automotivo.

Na Venezuela, houve uma queda de 54%, totalizando 1,761 bilhão de dólares, enquanto no Peru os investimentos caíram cerca de 18%, a 4,68 bilhões de dólares. Na Costa Rica, o IED caiu 21% e, em El Salvador, a diminuição alcançou 67%.

O Chile registrou uma queda de 16%, seguindo a tendência de queda iniciada em 2013, que se concentrou, principalmente, na mineração de cobre. No restante do ano, o cenário do maior produtor desse minério pode melhorar, após a aquisição da empresa de energia local CGE pela Gás Natural da Espanha, por 3,285 bilhões de dólares.

Na Argentina, os fluxos de IED registraram uma saída de 55 milhões de dólares, ao contabilizar o desinvestimento da empresa espanhola Repsol na petroleira YPF. Descontando essa mudança de propriedade, os aportes de capital e os lucros reinvestidos somaram 4,289 bilhões de dólares, montante 20% menor do que no ano anterior.