Entre os cinco produtos que registraram aumento da intenção de compra, estão forno de micro-ondas (3%), drones (31,2%), jogos eletrônicos (42%), consoles de videogames (70%) e panelas elétricas (270%).
Os 23 itens restantes tiveram registros de queda de até 40% na intenção de consumo, caso de telefone celular e smartphone, seguido por fone de ouvido (38,2%), bicicleta (33,8%), TV (30,1%) e tablet (29,5%). Os dados coletados revelam um recuo de, em média, 24% na intenção de compra para os 28 itens. É a maior retração observada na pesquisa de intenção de consumo de Natal desde 2016 (7%). No ano passado, a queda havia sido de 5% ante o Natal de 2019.
“Não é surpresa que o Natal deste ano seja muito ruim, assim como foi a Black Friday”, afirma o economista e presidente do Ibevar, Claudio Felisoni de Angelo. Ele argumenta que a conjuntura é desfavorável às compras, com 13,5 milhões de desempregados no País, juros no comércio de 80% ao ano, inflação na casa de 10%, incertezas e ambiente político conturbado.
Black Friday
Na Black Friday deste ano o tombo no consumo foi bem maior. O mesmo tipo de levantamento apontou queda de 32% na intenção de compra para a data, comparada ao ano anterior. Essa percepção foi confirmada, posteriormente, por dados da Eletros, associação que reúne a indústria de eletroeletrônicos, que mostraram recuo de até 30% nas vendas de seus produtos.
Na análise de Felisoni, além dos fatores macroeconômicos negativos para o consumo, muitos bens duráveis foram renovados recentemente, como celulares e eletrodomésticos. Portanto, não há um novo apelo para que sejam trocados.
No caso dos cinco produtos que ainda despertam interesse de compra neste Natal, o economista observa que eles refletem mudanças de hábitos provocadas pelo isolamento social imposto pela pandemia. “As pessoas passaram a cozinhar mais em casa e ter atividades de lazer, por isso o maior interesse pela panela elétrica e console de jogos.”