IGP-M desacelera após 2 meses, mas sobe 15,12% em um ano
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Com menor pressão dos alimentos, índice que reajusta os contratos de aluguel avança 1,76% em julho
Reuters e Agência Estado
SÃO PAULO – A inflação pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) desacelerou em julho, favorecida pela menor pressão exercida pelos alimentos. O índice registrou alta de 1,76% em julho, seguindo o avanço de 1,98% em junho, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta quarta-feira, 30. No entanto, o indicador que é utilizado para reajustar os contratos de aluguel acumula elevações de 8,71% no ano e de 15,12% em 12 meses.
A taxa ficou dentro das estimativas dos analistas ouvidos pela Agência Estado, que esperavam um resultado entre 1,65% e 1,93%, e foi inferior à mediana das projeções (1,79%).
No varejo, o destaque ficou por conta da movimentação de preços do grupo Alimentação – cuja taxa de inflação perdeu força, de junho para julho (de 2,20% para 1,41%). Nesse setor, houve quedas e desacelerações de preços em hortaliças e legumes (5,50% para -0,97%), em arroz e feijão (11,16% para 5,11%) e em panificados e biscoitos (2,85% para 0,58%).
As altas de preço mais expressivas no varejo foram registradas em feijão carioquinha ( 11,69%); carne moída (7,73%); e tomate (7,56%). Já as mais expressivas quedas de preço foram apuradas em alface (-6,90%); mamão da Amazônia – papaya (-5,97%); e banana prata (-6,39%).
Entre os componentes do IGP-M, o Índice de Preços por Atacado (IPA) teve alta de 2,20%, ante avanço de 2,27% em junho. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,65%, depois de ter avançado 0,89% no mês anterior. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou variação positiva de 1,42%, após alta de 2,67% em junho. O período de coleta de preços para cálculo do IGP-M de julho foi do dia 21 de junho a 20 de julho.
Atacado
Os preços dos produtos agrícolas têm aumentos acumulados de 12,35% no ano e de 40,25% em 12 meses, no âmbito do IGP-M. Já os preços dos produtos industriais registram elevações de 9,64% no ano e de 12,66% em 12 meses, até julho.
Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços das matérias-primas brutas acumularam elevações de 15,28% no ano e de 41,40% em 12 meses, até julho.
As altas de preços mais expressivas no atacado em julho no âmbito do IGP-M, foram registradas em soja em grão ( 9,38%); bovinos ( 7,59%); e milho em grão ( 11,64%). Já as mais expressivas quedas de preço, no atacado em julho, foram apuradas em arroz em casca (-4,17%); telefones celulares (-4,66%); leite in natura (-1,83%).
Construção
Na construção civil, o INCC-M acumulou altas de 7,68% no ano e de 10,01% em 12 meses até julho. De acordo com a fundação, a desaceleração de preços no setor, medida pela taxa do INCC-M, de junho para julho (de 2,67% para 1,42%), foi influenciada por aumentos mais fracos de preços em materiais e serviços (de 1,73% para 1,56%); e em mão-de-obra (de 3,75% para 1,27%).