Governo estuda decretar feriado na Copa
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Ministra diz que infraestrutura urbana não é prioridade e que medida pode resolver problema no trânsito durante jogos
Miriam Belchior afirma desconhecer o custo da Copa para o país e responsabiliza Fifa por aumento de despesas
MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO
A ministra Miriam Belchior (Planejamento) sugeriu ontem que se as obras de infraestrutura de transporte nas cidades que sediarão jogos da Copa de 2014 não ficarem prontas a tempo, o governo poderá decretar feriado.
Essa seria uma alternativa para evitar o caos no trânsito nos dias das partidas.
Segundo a ministra, que se reuniu ontem com empresários em São Paulo, projetos de infraestrutura urbana são um legado importante, mas não são essenciais para a realização da competição.
"Se eu der feriado no dia do jogo, a cidade vai estar em condições de não ter trânsito para a locomoção de torcedores", afirmou. "Mobilidade urbana é um legado para as cidades mas não são [investimentos] essenciais para a operacionalização da Copa do Mundo."
O projeto da Lei da Copa, enviado ontem ao Congresso, permite que Estados, Distrito Federal, municípios e a própria União decretem feriado local nos dias de jogos.
Segundo a ministra, a prioridade do governo federal são os estádios, a infraestrutura portuária para receber navios de passageiros e o aumento de capacidade dos aeroportos e da rede hoteleira.
CUSTO
Belchior reconheceu que as despesas do governo estão subindo mais que o previsto e disse que não é possível estimar qual será o custo total da Copa para o país.
"Eu desconheço qual é o valor que vai custar a Copa do Mundo no Brasil. Não há nenhum estudo que diga isso", disse.
Ela explicou que as obras estão sendo feito em várias etapas e que algumas tiveram custo alterado para cumprir exigências da Fifa.
Em março, a presidente Dilma havia estimado em R$ 33 bilhões os investimentos para a Copa.
Os valores dos estádios, por exemplo, já teriam ultrapassado as estimativas iniciais do governo. "A Fifa estabeleceu, depois dos projetos prontos, uma série de novos requisitos. É natural que isso tenha desdobramento nos custos."
As cidades escolhidas para sediar os jogos estão debatendo com a Fifa os pedidos adicionais sobre as obras.
Segundo a ministra, apenas duas cidades estão com as obras da Copa atrasadas até agora: São Paulo e Natal (RN). A capital paulista, no entanto, tem dado sinais de que pretende recuperar o tempo perdido.
Belchior afirmou que a preparação para o evento só pôde começar em maio de 2009, com a escolha das cidades-sede – dois anos após a definição dos jogos no Brasil: "Sem saber em quais cidades haveria jogos, não poderíamos nos preparar".
As próximas etapas de investimento serão em telecomunicações e segurança nas cidades-sede. Em seguida, Belchior disse que será definida a malha aeroviária (horários e frequência de voos).
Fonte: Folha de S.Paulo