Governo anuncia na próxima semana lista de setores com seguro-desemprego maior
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EDUARDO CUCOLO
da Folha Online, em Brasília
O Ministério do Trabalho anuncia na próxima terça-feira (24) a lista dos setores cujos trabalhadores demitidos serão beneficiados com o aumento do seguro-desemprego em mais dois meses.
Hoje, o benefício varia de três a cinco meses, dependendo do tempo em que o trabalhador ficou no emprego –o seguro vai de R$ 465 a R$ 870, sendo o valor médio pago de R$ 595,20. Agora, as parcelas serão de cinco a sete meses.
A medida é temporária e ficará restrita apenas aos setores que estão sofrendo mais com a crise e aos Estados que tiveram mais demissões nessas áreas. É possível, por exemplo, que o seguro seja estendido para o trabalhador demitido de uma siderúrgica em São Paulo, mas não para quem trabalhava na mesma área em outra região do país.
"Na semana que vem nós vamos anunciar por estados e por setores quem serão os beneficiados. Devem ser os setores exportadores e aqueles mais afetados pela crise nos últimos três meses", afirmou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
A análise será feita por setor e por Estado, a partir dos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que foram divulgados entre dezembro e fevereiro.
Só pode ser beneficiado quem perdeu o emprego a partir de 1º de dezembro de 2008. O pagamento extra será feito a partir de abril e será automático.
Caged
O Ministério do Trabalho informou hoje que a economia brasileira registrou a criação de 9.179 vagas com carteira assinada em fevereiro, após três meses de resultados negativos devido à crise econômica. O número representa a diferença entre contratações (1,233 milhão) e demissões (1,224 milhões) no período.
Apesar da recuperação, esse é o pior resultado para meses de fevereiro desde 1999, de acordo com dados do Caged. Na época, foram fechados de 78 mil pontos. Entre novembro e janeiro, foram fechadas quase 800 mil vagas com carteira assinada.
O ministro do Trabalho disse que espera um novo aumento do emprego em março, com a criação de mais de 100 mil vagas.