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Fenabrave: Novo IPI deve derrubar vendas de carros asiáticos em 45%

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Valor Econômico.

Por Eduardo Laguna | Valor

SÃO PAULO – Destaque no mercado automobilístico em 2011, os carros importados sentirão neste ano o impacto da decisão do governo de elevar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) aos veículos com índice de nacionalização inferior a 65%.

Na avaliação da Fenabrave, entidade que abriga as concessionárias de automóveis, o abalo sobre os carros de entrada asiáticos – mais baratos – será maior do que o impacto sobre os modelos mais sofisticados e de luxo vindos da Europa.

Para Flávio Meneghetti, que assumiu a presidência da entidade no mês passado, as importações de carros asiáticos – como as chinesas Chery e JAC e as coreanas Hyundai e Kia – tendem a cair em torno de 45% neste ano.

A perspectiva é mais positiva para os europeus, cujos carros de maior valor agregado têm menor elasticidade de demanda em relação aos preços, avaliou o executivo. Ou seja, o consumo nesse caso é menos influenciado pelas alterações no preço do produto.

Fora isso, Meneghetti comentou que, em muitas revendas, a majoração do IPI não foi repassada integralmente ao consumidor, de modo que o aumento no custo do automóvel ficou na faixa de 12% a 18%, apesar de o imposto ter sido elevado em 30 pontos percentuais.

Para os carros vindos do Mercosul e do México – não afetados pelo aumento tributário e que representam 59% das importações no Brasil -, o presidente da Fenabrave acredita que as vendas seguirão em alta, acompanhando o desempenho do mercado, que, nas contas de Fenabrave, crescerá 4,5% neste ano – considerando-se apenas as vendas de automóveis e comerciais leves.

As projeções da associação das revendas indicam uma aceleração do mercado em relação ao aumento e 2,9% nas vendas de carros de passeio e utilitários leves observado em 2011.

A expectativa tem como premissa um crescimento de 3,5% da economia brasileira, além de uma distensão na política monetária, com a taxa básica de juros cedendo de 11% para 9% até o fim do ano. A previsão otimista também se baseia no forte aumento do salário mínimo.

“Tudo isso permitirá que a capacidade de compra aumente”, disse Meneghetti.

(Eduardo Laguna | Valor)