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Economia informal no Brasil já equivale ao PIB da Suécia

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O SUL

 

A participação da economia informal no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu neste ano e voltou ao padrão pré-pandemia. O Índice de Economia Subterrânea (IES) aumentou pelo segundo ano consecutivo, para 17,8% do PIB, de acordo com um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).

Com o crescimento, atividade econômica subterrânea passou a movimentar R$ 1,7 trilhão, o que equivale à economia da Suécia. No ano passado, a informalidade representou 17,4% do PIB brasileiro. “Depois da crise de 2015 e 2016, a dinâmica do mercado de trabalho é predominante informal”, afirma Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista do Ibre/FGV e um dos responsáveis pelo estudo.

De fato, o crescimento da economia subterrânea dialoga com a deterioração do emprego no País. Passada a fase mais aguda da pandemia de coronavírus, os números do mercado de trabalho melhoraram, mas boa parte desse alívio se deu com o aumento de trabalhadores informais. “Neste ano, houve uma recuperação muito forte do emprego formal, mas a informalidade dominou”, afirma Barbosa Filho.

Em 2020, influenciado pelas restrições impostas para garantir o isolamento social – à época, consideradas essenciais pelos especialistas em saúde para evitar uma maior propagação do coronavírus – o índice caiu a 16,6%. “A queda foi intensa porque houve todas as condições para o sufocamento da atividade informal”, diz Edson Vismona, presidente do ETCO.

A queda do índice observada no ano de início da pandemia marcou apenas uma interrupção pontual na tendência de crescimento da economia subterrânea no Brasil. Entre 2014, quando o País deu os primeiros sinais de que a recessão econômica ganharia corpo nos anos seguintes, e 2019, a informalidade só cresceu.

“A economia brasileira está num ciclo bastante ruim desde 2015 e 2016”, diz Barbosa Filho. Naquele biênio, o PIB recuou de forma seguida, o que não ocorria desde a década de 1930, quando a economia mundial sofria os abalos da crise econômica de 1929.

O Índice de Economia Subterrânea não engloba apenas o mercado de trabalho informal, mas toda produção de bens e serviços que deixa de ser reportada para o governo com o objetivo de sonegar impostos de forma deliberada. São, por exemplo, empresas que deixam de fazer o pagamento de contribuições para a seguridade social e driblam o cumprimento da legislação trabalhista. O índice não apura diretamente atividades legais. Os pesquisadores também explicam que a economia subterrânea nunca chegará a zero. Num país mais formalizado, como a da Suíça, representa cerca de 10% do PIB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.