Déficit em conta foi de US$ 3,391 bilhões
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Saldo negativo acumulado nos dois primeiros meses deste ano atingiu US$ 8,8 bilhões.
O Brasil registrou em fevereiro um déficit de US$ 3,391 bilhões na conta de transações correntes do balanço de pagamentos, segundo dados divulgados hoje, 25,pelo Banco Central (BC). Com isso, o saldo negativo acumulado nos dois primeiros meses deste ano atingiu US$ 8,8 bilhões e, nos 12 meses encerrados em fevereiro, US$ 49,210 bilhões – o equivalente a 2,31% do Produto Interno Bruto (PIB).
O resultado ficou dentro da previsão dos analistas, que estimavam déficit de US$ 2,5 bilhões a US$ 4,8 bilhões. A mediana das previsões era de US$ 3,5 bilhões. No resultado do mês passado, a balança comercial contribuiu com superávit de US$ 1,198 bilhão, enquanto a conta de serviços e rendas apresentou déficit de US$ 5,073 bilhões. Já as transferências unilaterais tiveram no período um saldo positivo de US$ 484 milhões.
A conta de transações correntes do balanço de pagamentos é uma medida ampla das relações de um país com o exterior. O saldo é resultado do movimento do comércio (balança comercial), dos serviços (royalties, seguros, viagens internacionais, etc) e das transferências feitas por cidadãos.
IED
O ingresso de investimento estrangeiro direito (IED) no Brasil somou, em fevereiro, US$ 7,727 bilhões, valor que ficou acima dos US$ 7 bilhões previstos pelo Banco Central (BC) para o mês passado, segundo os dados divulgados hoje pela autoridade monetária. O resultado ficou dentro do estimado por analistas, que esperavam de US$ 7 bilhões a US$ 8 bilhões de IED. A mediana das previsões estava em US$ 7 bilhões.
No primeiro bimestre deste ano, o saldo de IED foi positivo em US$ 10,683 bilhões, montante 21,4% superior ao déficit de conta corrente no período. Em igual período do ano passado, o saldo de IED foi positivo em US$ 3,449 bilhões, que representou praticamente a metade do déficit de conta corrente de US$ 7,108 bilhões daquele período.
Nos 12 meses encerrados em fevereiro, o saldo de IED soma US$ 55,695 bilhões, o equivalente a 2,62% do PIB. O montante também cobre, com folga, o déficit em conta corrente acumulado no mesmo período.
BC prevê US$ 55 bi de investimentos estrangeiros diretos
O Banco Central (BC) elevou em US$ 10 bilhões sua projeção para a entrada de investimentos estrangeiros diretos (IED) no Brasil em 2011. A projeção subiu de US$ 45 bilhões para US$ 55 bilhões, segundo dados divulgados hoje pela autoridade monetária. A projeção de déficit em transações correntes, por sua vez, teve uma queda de US$ 4 bilhões, passando de US$ 64 bilhões para US$ 60 bilhões.
Outra revisão importante feita pelo BC foi a de investimentos externos em papéis domésticos e ações, que caiu de US$ 40 bilhões para US$ 15 bilhões, na nova estimativa. O BC também reviu sua projeção para o superávit da balança comercial em 2011 que subiu de US$ 11 bilhões para US$ 15 bilhões. Essa mudança na previsão do resultado comercial é decorrente da revisão das estimativas de exportações, que passaram de US$ 235 bilhões para US$ 240 bilhões. A previsão de importações subiu menos, de US$ 224 bilhões para US$ 225 bilhões.
O BC elevou de US$ 33 bilhões para US$ 34 bilhões a previsão de remessas de lucros e dividendos ao longo de 2011. A estimativa das despesas com juros externos caiu de US$ 10,6 bilhões para US$ 9,8 bilhões. Já os gastos com viagens internacionais tiveram a estimativa mantida em US$ 12 bilhões. O BC reviu ainda a previsão de desembolsos de médio e longo prazos, que subiu de US$ 45,8 bilhões para US$ 49,8 bilhões.