Contabilistas são aliados de empresas para driblar a crise
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DCI – Diário Comércio Indústria & Serviços
Profissionais contábeis têm ganhado papel estratégico dentro das companhias e suas informações contribuem cada vez mais para a tomada de decisões dos gestores
SÃO PAULO – A crise financeira enfrentada pelo Brasil no ano passado e que se prolonga em 2016 está levando muitas empresas a rever suas estratégias para este ano. A palavra de ordem nas organizações, independentemente do porte, é reduzir custos. Neste sentido, contabilistas podem ser grandes aliados das companhias, já que conhecem todo o histórico da empresa e podem atuar ao lado dos gestores para identificar onde é possível mexer. “O contador tem base para desenvolver análises de custos e tributárias, que podem ajudar na tomada de decisões. Este profissional tem se tornado cada vez mais estratégico nas companhias”, destaca Marcos Sanches, sócio da TG&C Auditores.
“Com mais empresas indo à Bolsa de Valores, a profissão se tornou mais valorizada e vem se exigindo mais desses profissionais”, diz o sócio da área de auditoria da Deloitte, Rogério Lopes Mota.
“A aplicação da contabilidade dá o suporte e oferece a estrutura necessária para as empresas, e as tomadas de decisões cada vez mais dependerão dos resultados apresentados pela contabilidade”, considera o presidente do Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRC-SP), Gildo Freire de Araújo.
“A contabilidade deixou de ser uma forma de controle burocrático da empresa para contribuir com dados e informações que são imprescindíveis na tomada de decisões”, afirma o presidente do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo (Sindcont-SP), Jair Gomes de Araújo.
Para especialistas, aos poucos os empresários começam a perceber a importância deste profissional e tem usado o conhecimento deles para definir os próximos passos que serão adotados pela companhia. Isso sem falar que as novas determinações legais, como Sped e eSocial, também contribuem para que o trabalho do contador se torne mais requisitado.
“Neste ano, começa a obrigatoriedade do Bloco K, que é uma ramificação do Sped fiscal, e é mais uma ferramenta para o governo enxergar dados da empresa e se está ocorrendo sonegação na compra ou venda de produtos ou serviços”, explica Marcos Sanches – sócio da TG&C Auditores. Vale destacar que o trabalho do contador vai ser cada vez mais dependente de sistemas de informação. “Além disso, deve aumentar sua participação nas decisões gerenciais, nas quais ele possa auxiliar as companhias na elaboração de suas políticas de governança, controles internos, discussões com Board of Directors, acionistas, entre outros fatores que auxiliam na identificação e mitigação de fraudes nas empresas”, finaliza o sócio da área de Advisory da BDO, Adriano Correa.
Para atender às novas exigências do Fisco, especialistas consideram que o trabalho do contador deve ser cada vez mais ágil, pontual e, sobretudo, orientador. “Ele tem um papel primordial no que diz respeito ao atendimento das expectativas dos empresários. Tem de estar à disposição para prestar apoio e promover, da melhor forma possível, o cumprimento do que é determinado pela legislação”, afirma o contador da Mega Sistemas Corporativos, Cesar Rodrigo Gatti.
Gilmara Santos