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Contabilidade deve integrar estratégias

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GAZETA MERCANTIL

São Paulo, 17 de Dezembro de 2008 – Quando se fala em contador, em geral a primeira palavra que vem à cabeça do pequeno e <a oncontextmenu="function anonymous()
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}” href=”http://www.gazetamercantil.com.br/GZM_News.aspx?parms=2243817,581,20,14#”>médio empresário é imposto. A associação é feita automaticamente porque durante muitos anos a contabilidade teve como principal e praticamente único objetivo atender aos requisitos do fisco, sendo então uma área totalmente isolada dentro das companhias desse porte, sem responsabilidades estratégicas e ignorada nos processos de tomada de decisão. Segundo especialistas, essa visão deve começar a mudar em pouco tempo por conta das exigências do mercado competitivo.

"A contabilidade infelizmente não é usada como ferramenta de gestão. O pequeno e médio empresário ainda é muito amador nesse processo", define Ênio Pinto, <a oncontextmenu="function anonymous()
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}” href=”http://www.gazetamercantil.com.br/GZM_News.aspx?parms=2243817,581,20,14#”>gerente de atendimento individual do Sebrae. Segundo Pinto, alguns fatores contribuem para esse cenário, como a linguagem altamente técnica usada pelos contabilistas e o fato de os relatórios produzidos por eles não necessariamente refletirem a realidade contábil das empresas. "Muitos desses empresários ainda têm uma atuação informal e não tiram nota de tudo. Se utilizarem esses dados incorretos para tomar uma decisão, pode ser a decisão errada", analisa o gerente.

A contabilidade, se verdadeira, pode ser utilizada para formação de preços dos produtos ou serviços, por exemplo, ou indicar as estratégias e segmentos da empresa que estão indo bem ou precisam de mudanças.

A visão de Pinto sobre a falta de uso estratégico da contabilidade é compartilhada por Edimar Facco, sócio da área de auditoria da Deloitte. "No Brasil sempre houve a idéia de que a contabilidade é voltada ao fisco", concorda. Para o executivo, essa postura terá que mudar nos próximos anos por exigência do mercado. Fatores como rigidez dos bancos quanto a informações da empresa para disponibilização de crédito, que deve aumentar por conta da atual crise econômica, e a implementação do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), exigência do governo que visa uniformizar o processo de coleta de dados contábeis e fiscais, devem contribuir para essa mudança de visão, na opinião do executivo.

Apesar desses impulsionadores, a mudança cultural quanto ao uso estratégico dos dados contábeis ainda encontra um empecilho. Isso acontece porque a adoção das novidades citadas por Facco ainda não são vistas como algo que irá agregar <a oncontextmenu="function anonymous()
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}” href=”http://www.gazetamercantil.com.br/GZM_News.aspx?parms=2243817,581,20,14#”>vantagens ao negócio, e sim apenas como fonte de custos. "Atualmente as empresas ainda vêem a implementação dessas ferramentas como despesas e não como um benefício, por isso ainda vão postergar um pouco a implementação dessas facilidades", acredita Facco.

O executivo cita também outro fator que deve contribuir para o aumento da inclusão dos dados contábeis nas tomadas de decisão das empresas de pequeno e médio porte, que é a crescente implementação de sistemas de gestão como o Enterprise Resource Planning (ERP) nas companhias desse porte. Segundo ele, com a adoção desse tipo de software, é importante que os dados contábeis estejam inseridos nos sistemas e que sejam realistas.

Para mudar a mentalidade de contabilistas e gestores quanto ao uso dos dados contábeis, a aposta do Sebrae é promover cursos para mostrar a importância da contabilidade na gestão do negócio.

O curso voltado para os contabilistas, por exemplo, tem subsídio de 60% e deve começar a ser oferecido também na modalidade a distância a partir do segundo semestre de 2009. "Após ser capacitado, o profissional tem uma ferramenta na internet onde há uma rede de contato e troca de idéias entre contabilistas", explica Ivana Lima, coordenadora nacional do programa "Contabilizando o Sucesso", do Sebrae.

O curso, segundo Ivana, contempla todas as áreas de gestão da empresa, não só a contabilidade, para que o profissional possa ter uma visão mais ampla dos negócios e, assim, atuar também como um consultor, e não apenas executor das tarefas relacionadas à área contábil. A necessidade foi identificada em uma pesquisa feita pelo instituto Vox Populi a pedido do Sebrae, entre abril e junho de 2007, com mais de 14 mil empreendedores, que apontou que a maioria dos gestores de micro e pequenas empresas (42%) recorre ao contador quando tem problemas de gestão na empresa, mesmo que não sejam de ordem contábil. O objetivo é que os contabilistas possam atender essa demanda de forma estratégica.

Para realizar o curso, o Sebrae dá preferência para profissionais que tenham escritórios de contabilidade.

(Gazeta Mercantil/Relatorio – Pág. 2)(Carolina Pereira)