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Com 400 mil assinaturas, movimento contra CPMF está rachado

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Agência Estado

Força Sindical, que participava da campanha, anunciou que era contra acabar com a contribuição

Paula Puliti, da Agência Estado

SÃO PAULO – O Movimento "sou contra a CPMF" já conseguiu 400 mil assinaturas, mas aparece rachado. Em evento da campanha nesta segunda-feira, 6, a Força Sindical, que participava do ato, anunciou que era contra acabar com a contribuição. Paulinho da Força disse que a entidade é favorável à redução da alíquota em três anos, até atingir 0,08%, porque acredita que a extinção é impossível no Congresso.

 

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, uma das principais lideranças do movimento, disse nesta segunda-feira que a oposição do setor privado contra o tributo não significa contrariedade sobre projeto sociais ou de saúde. Na verdade, afirmou o empresário, esses programas podem continuar porque a arrecadação do Tesouro deve ter um aumento de R$ 50 bilhões no ano que vem. "Por quê, então, não se elimina a CPMF?", questionou.

 

Sobre o imposto do cheque, o ministro das Relações Institucionais, Walfrido Mares Guia, informou nesta segunda-feira que o governo deve apresentar formas de desoneração. "Vamos apresentar alternativas de outras formas de desoneração. O ministro Mantega [Guido Mantega, da Fazenda] já tem dito a vocês que a preferência do governo de desonerar qualquer tributo seja imposto, contribuição, é a folha de pagamento, porque formalizará mais as contratações e diminuirá o peso da folha."

 

A legislação define que a CPMF vigore até 31 de dezembro deste ano, mas o projeto para prorrogar o imposto já foi encaminhado ao Congresso e deve entrar na pauta neste mês. O tributo foi criado há onze anos e prorrogado por três vezes. No período, a alíquota praticamente dobrou, passando de 0,20% para 0,38%. No primeiro ano, ela arrecadou R$ 6 bilhões aos cofres do governo. A estimativa oficial para este ano é de R$ 32 bilhões, e para 2008 é de R$ 39 bilhões.

 

A Frente Estadual de Vereadores Contra a CPMF faz coro com grupo semelhante criado na Assembléia Legislativa de São Paulo há pouco mais de um mês. Os dois blocos fazem parte do movimento de luta pela não-prorrogação da CPMF, do qual participam também a Fiesp, a Ordem dos Advogadosdo Brasil-São Paulo (OAB-SP), o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e cerca de outras 20 instituições paulistas.

 

O movimento instalou quatro computadores em frente à Federação das Indústrias do Estado (Fiesp), na Avenida Paulista, 1313, região central de São Paulo, nos quais os pedestres poderão aderir a um abaixo assinado que será entregue ao Congresso Nacional uma semana antes da votação da Lei para sua prorrogação.

 

O movimento foi lançado em junho e conta com a participação de 24 entidades, incluindo sindicatos. Até agora, foram colhidas 400 mil assinaturas e a expectativa dos organizadores é de que o número chegue a 1 milhão. Osite www.contracpmf.com.br também recolhe assinaturas para quem quiser participar do movimento.