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Cofres públicos perderam R$ 220 bilhões em 20 anos com renegociação de dívidas

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Grandes empresas representam 70% de todos os contribuintes com dívidas.

Em um período de 22 anos, os cofres públicos deixaram de arrecadar R$ 210 bilhões em renegociação de dívidas de empresas e pessoas físicas. Os dados são do Sindifisco Nacional. Com isso, o valor que deixou de ser arrecadado é mais que o dobro do orçamento do Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família) atualmente.

Além disso, segundo o levantamento, não foram as pequenas, mas as grandes empresas as principais beneficiadas. Então, para saber mais sobre o assunto, confira a seguir!

Em 20 anos, cofres públicos perderam R$ 220 bilhões em renegociação de dívidas

Dessa forma, a pesquisa mostrou que companhias com faturamento anual superior a R$ 150 milhões representam quase 70% de todos os contribuintes com dívidas, e que fizeram uso três ou mais vezes dos parcelamentos especiais.

A ideia do governo com a renegociação é que beneficiar os dois lados. Na teoria, enquanto de um lado, o poder público melhora sua arrecadação, de outro as empresas afetadas pela crise podem encontrar um caminho para quitar seus débitos.

Entretanto, muitos analistas afirmam que, na prática, nem sempre é isso que acontece. Até porque esses programas não proporcionam uma expressiva melhora nas contas públicas. Na verdade, muitos acabam gerando um baixo incentivo para que empresas e pessoas físicas paguem as dívidas em dia. Afinal, existe sempre a possibilidade de negociar a dívida com muito mais desconto.

Por fim, de acordo com o Sindifisco, nos processos de renegociação a União abre mão de cerca de 60% do valor da dívida. E, ainda assim, acaba recebendo apenas 10% da fatia do valor que foi parcelado. Os outros 90% costumam não ser pagos. Portanto, representam perdas muito grandes.

Sistema tributário seria uma das causas da inadimplência

Um dos motivos para as dívidas de empresas, segundo especialistas, seria o sistema tributário brasileiro. Isso porque ele induz as empresas a postergarem o pagamento de impostos, o que acaba se tornando um problema mais adiante.

“Em certos momentos, a conduta (das empresas) é legal e, depois, passa a ser ilegal. Isso vai gerando uma incerteza, e as empresas preferem recorrer (do pagamento) e criar esses grandes passivos”, afirmou Marcos Neder, professor do IBDT, em entrevista ao G1.

O Brasil, segundo os analistas, também precisaria criar medidas de estímulo para favorecer as empresas que pagam os seus impostos em dia. Um deles seria proibir negócios de companhias inadimplentes com o poder público. Além de restringir o acesso delas ao mercado financeiro.