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Carne sobe 8%, e inflação registra pior mês de novembro em 4 anos, diz IBGE

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UOL – Economia









O preço da carne disparou 8,09% em novembro e puxou a inflação para cima. A carne teve o maior impacto individual na inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que acelerou a 0,51% em novembro, após ter fechado em 0,1% em outubro. Esse foi o maior valor da inflação em novembro desde 2015 (1,01%). Em novembro do ano passado, a taxa havia sido negativa (-0,21%).

Essa alta registrada no preço da carne é um valor médio para o país. Os preços variam por região e de acordo com o corte. Assim, o consumidor pode encontrar altas maiores ou menores nos açougues e supermercados.

As informações foram divulgadas hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, a alta da carne decorre do aumento de compras pela China, bem como da alta do dólar em relação ao real. “Isso incentiva a exportação, restringindo a oferta interna e elevando o preço dos produtos”, disse.

Inflação de 3,12% no ano

De janeiro a novembro deste ano, a inflação acumula alta de 3,12%. Em 12 meses, ficou em 3,27%, acima dos 2,54% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

O resultado está dentro do limite da meta do governo, de manter a inflação em 4,25% no ano, com uma tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo, ou seja, podendo variar entre 2,75% e 5,75%.

Batata, tomate e cebola mais baratos

Com a alta das carnes, o grupo Alimentação e Bebidas teve alta de 0,72% e contribuiu com 0,18 ponto percentual para a inflação oficial, a maior entre os grupos pesquisados pelo IBGE.

O avanço só não foi maior por causa da queda de preço de alguns produtos:

-batata-inglesa (-14,27%)

-tomate (-12,71%)

-cebola (-12,48%)

Reajuste de loterias pesa

O grupo Despesas Pessoais acelerou 1,24%, a maior variação percentual no mês e o segundo maior impacto (0,13 p.p.) entre os grupos do IPCA.

O resultado foi influenciado pela alta no item jogos de azar, que disparou 24,35% por causa dos reajustes nos preços das apostas nas loterias federais, em vigor a partir de 10 de novembro.

Juros x inflação

Para tentar controlar a inflação, o Banco Central pode usar a taxa de juros. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e estimular a queda de preços. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para impulsionar o consumo.

Na última reunião, o Comitê de Política Monetária do BC decidiu reduzir taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, de 5,5% para 5% ao ano. É a menor taxa desde que o Copom foi criado, em 1996.