Caixa reduz juros do crédito para famílias e pequenas empresas
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A Caixa Econômica Federal anunciou nesta segunda-feira (9) um corte nas taxas de juros para o crédito de famílias e financiamento para micro e pequenas empresas.
A redução de juros anual do cheque especial chega a 67%. Para correntistas com crédito salário, os juros do cheque especial passarão de 8,18% ao mês para 3,50% ao mês. Os outros clientes contarão com taxa máxima de 4,27% ao mês, porém os juros podem chegar a 1,35% ao mês, dependendo do relacionamento do cliente com o banco.
Cartão de crédito e crédito pessoal
Quanto às taxas anualizadas relativas a cartão de crédito, a redução foi de 40% no rotativo para todos os clientes que tenham cartões Nacional, Internacional e Golden. segundo a Caixa.
Além dessas medidas, o banco também anunciou o lançamento de um novo cartão de crédito, chamado cartão Azul, com juros mais baixos. Para os correntistas que recebem salário na Caixa, a taxa será de 2,85% ao mês. Para quem contratar esse cartão, que é nacional, as taxas, de acordo com a Caixa, cairão dos atuais 12,86% ao mês para 2,85% – uma redução de 87% na taxa anual.
O corte também ocorreu no crédito pessoal direto na conta corrente. A taxa passou de 5,40% ao mês para 3,88% ao mês. Para clientes com conta salário, os juros foram reduzidos de 4,65% ao mês para 2,39% ao mês.
Consignado e veículos
No crédito consignado, também houve redução. A taxa passou de 2,82% ao mês para 1,95% ao mês. Para os aposentados que recebem pela Caixa, a taxa passou de 2,14% ao mês para 1,80% ao mês, podendo chegar a 0,84% ao mês.
A redução dos juros também atinge o financiamento de veículos. A taxa mínima foi reduzida de 0,98% ao mês, podendo chegar a 2,25% ao mês, de acordo com o carro, o cliente e o prazo, entre outros fatores.
Não houve corte nas taxas relativas a crédito imobiliário, já que, segundo o presidente da Caixa, Jorge Hereda, as praticadas hoje têm margens muito pequenas. Ele disse, no entanto, há um estudo sendo feito. No Fundo de Garantia, por exemplo, não é a taxa que dá o spread, embora esteja-se estudando taxas menores para as faixas 2 e 3 do Minha Casa, Minha Vida. Está sendo feito estudo para ver se isso é possível. Está sendo feito um estudo com muito cuidado porque lá as margens são pequenas.
Para empresas
O programa de corte das taxas de juros também atende as linhas de capital de giro para empresas. A taxa passará de 2,72% ao mês para 0,94% ao mês.
“Não tem nada que esteja sendo feito que não tenha sido precificado com cuidado. Na nossa relação com nosso controlador, o Ministério da Fazenda, temos uma meta de lucro para esse ano, que não pode ser menor que o do ano passado, o maior lucro da Caixa no ano passado. Está tudo planejado para isso. Não estamos fazendo ação para a Caixa ter lucro ou prejuízo. Fizemos as contas da maneira mais conservadora possível”, afirmou Hereda.
O banco já havia informado, na última quinta-feira (5), que reduziria suas taxas de juros.
Contra o spread
A Caixa segue a ação do BB, que anunciou, também na semana passada, um pacote de redução de juros das principais linhas de crédito para pessoas físicas e micro e pequenas empresas. Com o programa batizado de Bom para Todos, o banco estatal pretende elevar em R$ 26,8 bilhões os limites de crédito para micro e pequenas empresas e em R$ 16,3 bilhões os limites para pessoas físicas.
As reduções de juros dos bancos ocorrem após o governo anunciar um pacote de R$ 60 bilhões para estimular a produção da indústria brasileira, na terça-feira (3).
O Governo Federal vem pressionando os bancos para reduzirem o spread – a diferença entre o que o banco paga para captar recursos e quanto ele cobra para emprestar – e, assim, reduzir as taxas de juros cobradas no país. Com a redução dos juros dos bancos estatais o governo estaria buscando acirrar a concorrência e, assim, forçar os bancos privados a também baixarem as taxas cobradas.
Segundo o presidente da Caixa, Jorge Hereda, no entanto, a redução das taxas de juros anunciada nesta segunda não foi uma decisão política. Nossa decisão tem amparo em precificações, análise de carteira, de nível de risco, das taxas de inadimplência. Não foi uma decisão política, disse ele.