Bovespa sobe 3,73% e fecha acima dos 71 mil pontos
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Fonte: Redação Terra
Desfeito o temor de um aperto mais forte da Selic e no embalo da potente recuperação dos preços de commodities internacionais, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) teve nesta quinta-feira a maior alta desde o grau de investimento concedido pela Standard & Poors ao Brasil.
Com tudo remando a favor, o Ibovespa subiu 3,73%, para 71.234 pontos, enxugando boa parte das perdas registradas nas três primeiras sessões do mês. Tal movimento, no entanto, não teve respaldo do giro financeiro, de R$ 5,87 bilhões, menor do que a média diária recente.
Os dados são preliminares, devido a problemas no sistema eletrônico da Bovespa, que atrasaram a divulgação dos dados consolidados.
Desde o início do pregão, investidores já atuavam na ponta compradora, com reação moderamente positiva ao aumento de 0,5 ponto percentual do juro básico do país, para 12,25% ao ano, anunciado na quarta-feira à noite.
"Alguns investidores temiam que o Banco Central elevasse mais os juros para conter o aumento da inflação", disse Edson Junior Hydalgo, operador da corretora Cruzeiro do Sul.
Essa tendência positiva foi reforçada com a potente recuperação das ações de empresas ligadas a commodities, seguindo a tendência internacional.
O estopim foram comentários feitos pelo presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, de que o órgão poderá elevar o juro da zona do euro em julho.
Ato contínuo, a moeda européia subiu frente ao dólar. O movimento promoveu um forte ajuste do preço das commodities, sob comando do petróleo, cujo barril deu um salto de quase 5%, chegando perto dos US$ 128. Após o fechamento, o barril chegou a subir US$ 6, a maior variação de preço em dólares já registrada, de acordo com dados da Reuters.
Na Bovespa, a reação foi imediata. As ações preferenciais da Petrobras, justamente as que comandaram a queda de 5,4% do índice nas últimas três sessões, subiram 5%, para R$ 47,55.
A tendência foi seguida pelos papéis preferenciais da Vale, com avanço de 4,2%, cotadas a R$ 53, e pelas siderúrgicas. As líderes de ganhos entre as produtoras de aço foram as preferenciais da Gerdau, com uma disparada de 7,2%, a R$ 84.
Um pregão tão positivo realçou a derrocada da Eternit, que perdeu mais de um terço do valor de mercado em apenas um dia. Suas ações ordinárias despencaram incríveis 34,5%, a R$ 6,85, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) restabeleceu a proibição da venda de produtos contendo amianto em São Paulo, uma das principais fontes de receita da companhia.
Com informações da Reuters.