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Bancos querem elevar juros do crédito consignado

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Desde abril, o BC já promoveu 3 altas na Selic – que passou de 11,25% ao ano para 13% ao ano no período

Isabel Sobral, da Agência Estado

BRASÍLIA – Os bancos querem aumentar os juros cobrados no crédito consignado (com desconto em folha) a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sob a justificativa de que as altas da Selic, a taxa básica de juro da economia, estão elevando seus custos de captação.

O superintendente de Projetos Especiais da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Jorge Higashino, revelou nesta quarta-feira, 30, que a proposta de reajustar o teto dos juros desse tipo de crédito, atualmente de 2,5% ao mês na modalidade tradicional e 3,5% mensais no formato do cartão de crédito consignado, já foi levada ao ministro da Previdência, José Pimentel.

Higashino disse que os bancos esperam "a melhor oportunidade" para debater o assunto com os demais integrantes do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), o órgão encarregado de definir o teto dos juros do crédito consignado. "Vamos ver qual o posicionamento do Banco Central e do Comitê de Política Monetária, o Copom, principalmente, para ver se continua a tendência de alta (da Selic) ou se estabiliza. É uma questão de aguardar um pouco mais para que a gente possa discutir no plenário do CNPS", declarou. 

O superintendente de Projetos Especiais da Febraban argumentou que o critério utilizado pelo CNPS tem sido o de ajustar o limite de juros do crédito consignado pela variação da taxa Selic. "Assim funcionou desde 2006 para cá, com a diminuição da taxa", lembrou, destacando que desde abril último o BC já promoveu três altas na Selic – que passou de 11,25% ao ano para 13% ao ano no período. "E isso representa aumento de custo de captação de dinheiro para os bancos", completou. Higashino deu as declarações ao ser questionado sobre o assunto após participar de reunião do CNPS, hoje, em Brasília.