Arrecadação fecha 2008 em R$ 685,675 bi e bate novo recorde
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Fim da CPMF e diminuição do ritmo no final do ano, em função da crise, não impediram novo número histórico
Adriana Fernandes, da Agência Estado
Em dezembro, em decorrência da desaceleração do crescimento econômico devido ao impacto da crise financeira internacional, a arrecadação foi de R$ 66,229 bilhões, o que representou uma queda real de 4,71% sobre dezembro de 2007. No último mês do ano passado, a arrecadação apresentou um crescimento real de 20,67% sobre novembro.
A arrecadação de dezembro é a maior do ano, embora não tenha conseguido superar o valor obtido em dezembro de 2007, que continua sendo a maior a arrecadação da história para um único mês. Com a correção da inflação pelo IPCA, a arrecadação de dezembro de 2007 foi de R$ 69,506 bilhões.
As receitas administradas pela Receita Federal fecharam o ano em R$ 660,201 bilhões, com um crescimento real de 68,1%. As demais receitas somaram R$ 25,474 bilhões, com um crescimento real de 36,50%.
Ritmo
O ritmo de crescimento da arrecadação da Receita Federal em 2008 perdeu força. Enquanto em 2007 a arrecadação teve um crescimento real de 11,09%, em 2008 a alta foi de 7,68%. Ao longo do ano passado, a arrecadação das receitas administradas foi diminuindo. As receitas administradas começaram o ano com um crescimento de 20,49% e fecharam dezembro em 6,81%, no acumulado dos 12 meses. O resultado ficou abaixo inclusive das últimas previsões do secretário-adjunto da Receita, Otacílio Cartaxo, que previa uma alta em torno de 9% no ano das receitas administradas.
Nos últimos dois meses de 2008 (novembro e dezembro), a arrecadação apresentou queda real em relação ao mesmo mês de 2007. Em novembro, a queda foi de 2,13% e em dezembro, o desempenho foi ainda mais desfavorável, com uma queda de 4,58%. A arrecadação do final de 2008 foi influenciada pela desaceleração do ritmo de crescimento econômico, que tem impacto nos tributos.
Sazonalmente a arrecadação de dezembro, em relação a novembro, é favorecida pela tributação do 13º salário e a apuração semestral do Imposto de Renda Retido na Fonte sobre rendimentos de capital, decorrente de aplicações financeiras em fundos de investimento. O imposto de renda sobre esses investimentos só é cobrado duas vezes são ano: junho e dezembro, o que ajuda a "engordar"as receitas nesses dois meses do ano.