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Alimentos subirão ainda mais

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Preços ao consumidor aumentam 0,79% na primeira semana de julho. São esperados outros reajustes para feijão, carne, leite, energia e telefonia fixa nos próximos dias

 

Luciana Navarro
Da equipe do Correio

Os brasileiros que se preparem, pois os preços devem ficar ainda mais altos neste mês. A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) voltou a subir na primeira semana de julho, após três registros consecutivos de desaceleração. O indicador apresentou variação de 0,79%, 0,02 ponto percentual acima da taxa da última semana de junho. Os alimentos, como previsto, puxaram o índice para cima e registraram alta de 1,93%. A expectativa é de manutenção dos aumentos nesse grupo e de uma disparada, também, dos preços de habitação, com reajustes nas contas de luz e de telefone fixo.

“Em São Paulo, a tarifa de energia elétrica subiu 8,5%, mas esse reajuste ainda não foi captado totalmente no índice, o que deve pressionar ainda mais o indicador”, explica André Braz, coordenador do IPC-S na Fundação Getúlio Vargas (FGV). No Distrito Federal, o novo preço da conta de luz será definido apenas no final do próximo mês e a aposta é de queda na tarifa. A telefonia fixa, no entanto, caminha para um salto, o que afetará o bolso das famílias.

Nos alimentos, a trajetória dos preços é ascendente. O feijão carioquinha acumula aumento de 135% em 12 meses e, segundo Braz, tende a subir ainda mais em julho. O mesmo vale para a carne bovina, que de junho de 2007 até a semana passada registrou alta de 44,13%. “Com a carne mais cara, os consumidores tendem a substituí-la pelo frango. A demanda maior aumenta também o valor cobrado pelos pedaços da ave”, explica Braz. Para o economista, a redução do ritmo de crescimento do valor da carne de boi verificada na semana passada não deve ser mantida. De acordo com o IPC-S, o item subiu 8,05% na apuração anterior e 7,94% na primeira medição de julho.

Uma das poucas boas notícias pode vir do arroz, cujo preço saltou 78% em um ano e deve começar a ceder. Na primeira semana de julho, o grão subiu 8,69% contra 12,55% da semana anterior, o que demonstra uma desaceleração. Esse comportamento fez a dupla feijão e arroz apresentar variação menor: de 11,18% para 10,64%.

“Os derivados do trigo também podem cair”, destaca Braz. Na semana passada, a variação de panificados e biscoitos, por exemplo, foi de 0,95% frente a 1,61% da apuração anterior. As hortaliças e legumes também podem ficar mais baratas, como ocorreu nos meses de julho dos últimos três anos. “Na verdade, isso não pode ser previsto porque há uma forte dependência do clima nesses casos. Uma geada pode fazer elevar os preços”, pondera o economista da FGV. Na primeira semana deste mês, esse item teve queda de 0,89% depois de apresentar variação positiva de 0,83% no fechamento de junho. <!–


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–>Cai previsão de safra
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Luciano Pires
Da equipe do Correio

Embora ainda seja considerada recorde, a previsão da safra de grãos de 2008 foi revista para baixo. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) fizeram pequenos ajustes nos últimos números e divulgaram ontem novas estimativas para o campo. A colheita está praticamente encerrada em todos os estados do país. Analistas consultados pelo Correio disseram que a tendência é que as próximas pesquisas não tragam mudanças significativas de cenário.

O IBGE indicou que, em junho passado, o saldo total das lavouras chegou a 143,6 milhões de toneladas — 0,5% a menos daquilo que era esperado em maio (144,3 milhões toneladas). O recuo teve como causa principal as perdas no plantio do milho da segunda safra. O grão enfrentou problemas no Paraná por causa do frio e do clima instável. Em relação à área plantada, o IBGE acredita que as culturas tenham ocupado 47,1 milhões de hectares, espaço físico 3,9% maior do que o registrado em 2007.

Já a Conab espera uma safra de grãos 0,6% inferior ao que foi previsto no mês passado. O saldo final caiu, conforme as previsões, de 143,3 milhões de toneladas para 142,42 milhões de toneladas. Pelo calendário da Conab, duas previsões devem ser feitas em agosto e setembro. A safra seguinte começará a ser plantada em outubro.

No próximo ano agrícola, os produtores terão mais dinheiro disponível para financiar o plantio. Com o plano anunciado pelo governo na semana passada, R$ 78 bilhões serão oferecidos ao agronegócio e à agricultura familiar. Com esse dinheiro, linhas especiais e taxas de juros menores, o Brasil espera elevar a produção de grãos em, pelo menos, 5% e conter a elevação dos preços dos alimentos no mercado interno.

Ainda que não tenha políticas específicas para incentivar o aumento do plantio dos chamados produtos sensíveis (arroz, feijão, milho e trigo), o governo espera que os recursos disponíveis na rede bancária e as ferramentas de preço e estoque definidas pelo Ministério da Agricultura incentivem naturalmente o crescimento da oferta desses produtos. O setor rural, no entanto, não crê em efeitos tão imediatos e aposta que o mercado doméstico continuará influenciado pela alta internacional dos preços das commodities.
 

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