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Administração pública é principal atividade econômica de metade das cidades brasileiras

Publicado em:

FOLHA de PERNAMBUCO

 

 

 

 

No Distrito Federal, Acre, Roraima, Amapá e Piauí o percentual passou de 90%

O setor privado, como gerador de riqueza e emprego, ainda tem muito para avançar pelo Brasil. Em quase metade dos municípios brasileiros, 49,2%, a administração pública permanecia como a principal atividade econômica em 2018. No total, 2.739 cidades estavam nessa situação.

Os dados, divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (16), fazem parte do PIB (Produto Interno Bruto) dos municípios. Apesar de serem referentes ao ano de 2018, traçam um retrato considerado atual, uma vez que mudanças estruturais, capazes de impactarem os indicadores, evoluem mais lentamente.

Em cinco unidades da federação -Distrito Federal, Acre, Roraima, Amapá e Piauí- esse percentual passou de 90%. O contrário ocorre em alguns casos mais emblemáticos. Em São Paulo, por exemplo, apenas 9,6% das cidades apresentavam dependência do setor público.

Se a administração pública for excluída da análise, a atividade de demais serviços foi o maior destaque entre 3.832 municípios brasileiros, seguida pela agricultura, em 862 cidades. A divulgação mostra também que, apesar de algumas mudanças em curso, persistia a concentração na geração de riqueza.

Apenas oito deles responderam por quase um quarto do PIB do Brasil, sendo que São Paulo (10,2%), Rio de Janeiro (5,2%) e Brasília (3,6%) concentravam quase 20%. Os outros cinco são Belo Horizonte (1,3%), Curitiba (1,2%), Manaus (1,1%), Porto Alegre (1,1%) e Osasco (1,1%).

Essas oito cidades, juntas, apesar de quase 25% do PIB, abrigavam 14,7% da população do país. Em contrapartida, os 1.346 municípios com os menores PIBs representavam, em 2018, cerca de 1% do PIB do Brasil, mas 3,1% da população nacional.

“Entre esses, os situados nos estados do Piauí (156), Paraíba (134), Rio Grande do Norte (79) e Tocantins (69), representavam cerca de 50% das municipalidades de seus respectivos estados”, destacou o IBGE.

Quando são consideradas séries de dados mais longas, é possível identificar que a desconcentração de riqueza tem ocorrido em compasso muito lento e motivada por fatores muito particulares.

Na comparação com 2002, 1.383 cidades correspondiam a 1% do PIB e somavam 3,7% da população nacional. Por outro lado, apenas quatro municípios somavam quase um quarto da economia nacional.

Nesse período, São Paulo e Rio tiveram perdas de 2,5 e 1,1 pontos percentuais, as maiores quedas de participação entre os municípios brasileiros, o que indica uma tendência de descontração do PIB em nível municipal, segundo o IBGE.

A queda paulista foi motivada, principalmente, pela redução relativa de atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados. Por outro lado, na capital fluminense, a perda ocorreu pela diminuição do peso local na indústria brasileira.

O maior ganho em participação no PIB desde 2002 foi em Maricá, um aumento de 0,4 ponto percentual.

A cidade foi a que teve o maior acréscimo absoluto entre 2017 e 2018, com 0,2 p.p., ao lado de Niterói e Campos dos Goytacazes. Todas elas tiveram aumento de participação atrelado à extração de petróleo, que teve aumento dos preços internacionais.

O petróleo também foi o responsável pelos maiores PIB per capita, registrados em Presidente Kennedy (R$ 583.171,85) e Ilhabela-SP (R$ 419.457,22).

Selvíria-MS ocupou a terceira posição, graças à geração de energia hidrelétrica, enquanto o quarto colocado, São Gonçalo do Rio Abaixo-MG, pode creditar o resultado à extração de minério de ferro.