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Para 41% das médias empresas, rivais maiores são ameaça competitiva

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Levantamento feito pela “Economist Intelligence Unit” por encomenda da SAP indica desafios que as empresas de médio porte em todo o mundo terão pela frente nos próximos três anos.

Por Fernanda K. Ângelo, do COMPUTERWORLD

Uma pesquisa encomendada pela SAP à unidade de inteligência do jornal britânico “The Economist” enumera os diversos desafios que as empresas de médio porte em todo o mundo terão pela frente nos próximos três anos.

Quando o assunto é crescimento, o risco de perder a agilidade e o relacionamento estreito que uma companhia menor costuma ter com seus clientes são alguns dos temores mencionados por boa parte dos entrevistados.

O levantamento feito pela “Economist Intelligence Unit” ouviu 3.722 executivos de empresas classificadas como de médio porte – com faturamento entre 20 milhões e 500 milhões de dólares. No Brasil, foram ouvidos 242 profissionais, sendo 61% deles donos das companhias ou diretores gerais, financeiros ou de tecnologia.

Entre os brasileiros, 41% citaram a força crescente dos rivais maiores como a maior ameaça competitiva ao seu crescimento. Outros 44% concordam que a pressão cada vez maior sobre os preços pode ser um entrave ao desenvolvimento de suas empresas. Enquanto isso, 32% mencionaram os crescentes custos de matérias-primas e serviços e a saturação do mercado (31%) como obstáculos a serem sobrepostos para competir efetivamente.

Outro lado da moeda

Embora os concorrentes de grande porte sejam uma ameaça competitiva para as empresas médias, seus diretores reconhecem vantagens nítidas sobre eles. E temem que o crescimento de seu negócio implica exatamente em perder as características que representam alguma vantagem.

Fatores como maior rapidez para executar mudanças em suas estratégias, custos de operações reduzidos e relacionamentos mais estreitos com clientes foram mencionados como armas-chave na luta por espaço no mercado por 49%, 46% e 46% dos executivos ouvidos, respectivamente.

E são exatamente estas as características que os entrevistados apontaram como mais prováveis de se deteriorarem conforme suas empresas forem crescendo. Cerca de 45% dos executivos à frente de empresas instaladas no Brasil citaram a capacidade de executar, rapidamente mudanças estratégicas como a característica mais provável de ser perdida. A vantagem de relacionamentos estreitos com clientes tende a diminuir para 36% desses profissionais, de acordo com o resultado da pesquisa.

Mundialmente, a percepção de perda dessas características surge em outra ordem, com a preocupação ligada ao relacionamento com clientes surgindo em primeiro lugar (35%), seguida pela perda da agilidade (31%) e a capacidade de operar com custos menores (29%).

Equilíbrio

À exemplo dos executivos em outras partes do mundo, também 63% dos brasileiros dizem que adotarão uma abordagem estável e gerenciável para o crescimento, garantindo um crescimento a taxas satisfatórias.

Em todas as partes do mundo, as empresas pretendem resolver “tudo sozinhas”. De acordo com a pesquisa, 68% pretendem crescer organicamente. No Brasil, mais da metade dos executivos apontam a mesma estratégia. A maioria deles (53%) pretende fazê-lo suportada por recursos próprios, enquanto 17% planejam adquirir empresas.

Mundialmente, a tendência é outra: atividades de fusões e aquisições aumentaram 38% entre 2004 e 2005 – uma tendência que deve ser mantida também em 2006, conforme as empresas maiores buscam economias de escala para crescimento.

A intenção de se globalizar é unânime. Mais de um terço dos executivos brasileiros buscam novos mercados geográficos para expandir seus negócios.