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Renda de domésticas sobe 43% e reduz oferta de profissionais, revelam dados do IBGE

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Diário da Paraíba

A renda média das empregadas domésticas cresceu 43,5% entre 2002 e 2011, descontada a inflação, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto o trabalhador comum teve ganho médio de 25% no período. Dentro do contexto de aumento da escolaridade da população brasileira, melhores salários provocaram a redução da oferta de mão de obra para esse tipo de serviço em todo o País.

Estudo da organização não governamental Doméstica Legal mostra ainda que, de 6.619 trabalhadoras cadastradas no portal, 9,11% ganham de R$ 1.001 a R$ 1.500. No Rio, uma doméstica com carteira assinada não pode receber menos do que R$ 639,26, conforme o piso regional. No Paraná, o salário mínimo do estado é de R$ 736, em São Paulo, o piso é de R$ 600, em Santa Catarina, de R$ 630, e no Rio Grande do Sul, esse valor fica em R$ 610.

"As jovens não querem trabalhar como domésticas. A escolaridade está aumentando, e as oportunidades também estão. As mais experientes estão empregadas. A procura por profissionais é acirrada, com patrões dispostos a pagar bem, mas exigindo mais qualificação", diz Mario Avelino, da Doméstica Legal. Para Gildete Prado, 47 anos, o piso ainda é baixo, mas a tendência é melhorar. "Ainda ganho pouco, mas os aumentos têm sido bons, o que valoriza a categoria", afirma.

Informalidade no setor

Após o anúncio do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, de que o governo vai elaborar proposta para garantir às domésticas os mesmos direitos de outros empregados, a discussão se volta para a possibilidade de aumento da informalidade. Mas, para que isso não aconteça, seria necessário que as adoções de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) obrigatório, abono salarial, seguro-desemprego e pagamento de horas extras fossem compensadas, por exemplo, pela redução de alíquotas da contribuição previdenciária de patrões e trabalhadores.

Maria Isabel Nomura, 70 anos, acha justo estender direitos às domésticas. "Sempre paguei mais do que os direitos. Não pago FGTS, mas gratifico, sempre que posso. Acho justo elas terem direito. Se outras pessoas têm, elas também merecem", diz.

A doméstica Gildete Prado defende que, sem esses direitos, a categoria "não tem valor". "Será que não somos iguais aos outros trabalhadores?", afirma.

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