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Nota fiscal eletrônica gira R$ 13 trilhões e agita setor de TI

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DCI – Comércio, Indústria & Serviços

SÃO PAULO – A nota fiscal eletrônica (NF-e) já movimentou no mercado brasileiro cerca de R$ 13,4 trilhões, mais de quatro vezes o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, com tendência de continuar subindo em ritmo acelerado, na previsão de Marco Antonio Zanini, diretor geral da empresa NFe do Brasil. Ele afirma que um grande número de pequenas empresas está com dificuldades de se adaptar à nota fiscal eletrônica, mas acredita que essas companhias têm opção no "cloud computing" (computação na nuvem, em uma tradução livre, tecnologia que disponibiliza softwares acessados via internet).

Grandes investimentos, no entanto, podem acabar onerando as pequenas empresas. Para José Maria Chapina Alcazar, presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis de São Paulo (Sescon-SP), a NF-e pode aumentar os gastos principalmente das pequenas empresas. "Para as pequenas é um investimento sem retorno", afirma Chapina.

A dificuldade dos micro, pequenos e médios empresários, bem como a comodidade e segurança para as grandes empresas é oportunidade de mercado observado pela Central de Custódia de Documentos Eletrônicos (CCDE). Motivada pela demanda de grandes empresas dos setores que já sofrem a obrigatoriedade da emissão da NF-e, a CCDE surge no mercado como uma empresa visionária de um cenário que deve sofrer com os "custos ocultos da NF-e", segundo Flávio Richieri, diretor-geral da CCDE.

"Algumas empresas precisaram ampliar em mais de 10% sua área fiscal apenas para corrigir erros e validar notas com gerentes de banco", afirma Richieri. Esta atividade, observada por enquanto entre grandes empresas, poderia ser fatal para micro e pequenas empresas, por exemplo.

A empresa, que presta serviços de armazenagem e distribuição de documentos eletrônicos, realiza atualmente a última fase de seu projeto pré-operacional atendendo a um grande cliente que demanda a gestão de mais de 1 milhão de notas fiscais mensais. Para Richieri, esta é a prova final de que a empresa conseguirá lidar com grandes volumes e chegar à meta estabelecida de faturar R$ 50 milhões até 2012.

"Para a pequena e média empresa, o mais importante é a oferta de guarda e disponibilidade dos documentos", explica Richieri, que chama atenção para o fato de que o grande problema da NF-e nas empresas está no retrabalho que ela gera, uma vez que é encaminhada via e-mail para os clientes. A gestão destes documentos internamente e o reenvio destas notas tem sido a grande armadilha deste recurso que pretende otimizar os processos fiscais no País.

"Normalmente quem emite muito tem muitos destinatários", explica Richieri. O executivo aponta que já existem economias identificadas a partir do serviço de custódia das notas fiscais. "Evitar contratações adicionais para atender as partes interessadas" é uma delas, segundo Richieri.

Conforme Marco Zanini, da NFe do Brasil, a solução Cloud NF-e representará 30% da receita da empresa este ano, e o plano é chegar a 70% do faturamento em dois anos. "A computação em nuvem é revolucionária porque permite ao usuário escolher a melhor e mais adequada solução à sua necessidade", comentou ele.

TI

No setor de Tecnologia da Informação (TI), empresas também alimentam expectativas com a NF-e. Alexandre Trevisan, presidente da Trevisan Tecnologia, empresa de softwares de gestão empresarial, afirma que 80% de sua base de clientes já aderiram à NF-e e que espera um incremento de receita de 15% este ano. "O principal ganho foi na fidelização de clientes", afirma. O módulo para gestão da nota fiscal foi incorporado aos produtos de sua base de clientes, o que teve prioridade sobre a conquista de novos clientes com o produto.

O executivo que atende empresas como a operadora TIM e a Braspress, afirma que a abrangência do módulo de NF-e tem crescido mais entre as pequenas e médias empresas.

Uma iniciativa voltada para micro e pequenas empresas faz da Intelecta, empresa que fornece software de gestão deve crescer cerca de 35% este ano, também em função da ampla implantação da NF-e. "Os escritórios de contabilidade são generalistas e ficam aquém da demanda das empresas", diz Francisco Fernandes, diretor de Relacionamento e Novos Negócios da empresa. A Intelecta fatura mais de R$ 8 milhões e há 15 anos tem histórico calcado na relação com micro e pequenas empresas.

A implantação da Nota Fiscal eletrônica no País deve se estender a mais de 2 milhões de empresas. Destas, 1,88 milhão tem menos de 100 funcionários. Tomando o último mês de dezembro, cerca de 2,5 milhões de documentos, em média, são emitidos diariamente – mais de 32% desse volume no estado de São Paulo.

Com meta de faturar R$ 50 milhões em seu segundo ano de existência, em 2012, a Central de Custódia de Documentos eletrônicos (CCDE) entra no mercado de nota fiscal eletrônica (NF-e), responsável por R$ 13,4 trilhões do meio do ano passado para cá. A empresa prevê garantir disponibilidade a esses documentos, hoje enviados por e-mail, e segue o mercado de tecnologia da informação, que também comemora avanços na implantação da NF-e, em que algumas empresas devem crescer 35% no ano.

Por outro lado, grandes investimentos para a adaptação ao novo sistema de notas podem onerar as pequenas empresas, segundo José Maria Chapina, presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis de São Paulo (Sescon-SP).

Para Flávio Richieri, diretor-geral da CCDE, algumas empresas já precisaram ampliar mais de 10% a área fiscal, "apenas para validar notas com gerentes de banco." Essas mudanças, observadas pelo executivo em em grandes redes, podem ser fatais a micro e pequenos.