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Lina balança, mas não cai

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Isto é Dinheiro

A secretária da Receita Federal, Lina Vieira, passou a semana em Paris em reuniões da OCDE (Organização da Cooperação para o Desenvolvimento Econômico). No verão parisiense, deve ter sentido suas orelhas arder muitas vezes. Em Brasília, aumentaram os boatos sobre a sua saída do cargo, depois da queda da arrecadação por sete meses consecutivos. No governo, tanto a Presidência quanto o Ministério da Fazenda negam que ela esteja prestes a ser demitida – o que não quer dizer que o presidente ou o ministro estejam felizes com o desempenho da secretária.

Eles já esperavam uma queda na arrecadação, mas acham excessiva a redução de 7% sobre o ano passado. Mas o presidente não quer trocar ninguém a pouco mais de um ano do fim do mandato. Além disso, a demissão de Lina um ano depois de assumir o cargo pelas mãos do secretário-executivo do Ministério Nelson Machado, seria um reconhecimento de que ele errou ao substituir Jorge Rachid, único remanescente da equipe do ex-ministro Antônio Palocci. Odiado pelos petistas da equipe de Mantega, ele é considerado competente, mas é acusado de acobertar funcionários que se licenciavam para atuar na iniciativa privada e depois voltavam à Receita. Os que apoiam Lina alegam que ela enfrenta resistências internas na Receita, porque faz mudanças necessárias no método de trabalho. Já os funcionários de carreira espalham informações sobre a eficiência da nova chefe, que diz que os impostos caíram porque a Receita perdeu poder de fiscalização após o fim da CPMF.