Governo prepara estímulo para indústria após Brasil entrar em recessão
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O governo tomará novas medidas para estimular "setores específicos" da economia e tentar garantir crescimento de 1% neste ano. Segundo reportagem de Valdo Cruz e Leandra Peres publicada na Foha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal), entre os setores beneficiados estão a produção de bens de capital, software e a indústria naval.
A economia brasileira teve retração de 1,8% no primeiro trimestre de 2009 ante igual período do ano passado, e de 0,8% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, informou nesta terça-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com dois trimestres consecutivos de encolhimento, o país entrou em recessão técnica, a primeira desde 2003.
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Segundo a Folha, o governo avalia que a indústria de máquinas e equipamentos é essencial no momento em que o investimento voltar a crescer, enquanto a prestação de serviços de tecnologia emprega muita mão de obra e mais qualificada e deve ajudar a puxar o desenvolvimento. A intenção do governo é concentrar as novas medidas de estímulo em políticas que não exijam desonerações de impostos.
Para o ministro Guido Mantega (Fazenda), o governo quer terminar o ano com crescimento econômico. A estimativa é de uma alta entre 1% e 2% no PIB: não vai ser um crescimento "esfuziante", mas deve haver uma recuperação que possibilite encerrar o ano com taxas positivas, diz o ministro.
Ao comentar o resultado do PIB no primeiro trimestre, Mantega afirmou que o resultado veio melhor que o esperado: "Todo mundo esperava que, com aquela queda mais forte no ultimo trimestre do ano passado, houvesse um contágio mais forte [no primeiro trimestre de 2009]", afirmou. "Tenho aqui uma lista de instituições financeiras e ninguém acertou."
O presidente Lula considerou o resultado do PIB pior do que imaginava, conforme apurou a Folha (íntegra para assinantes). Ele previa uma queda de 0,5%, no pior cenário. "Fiquei triste porque a gente vinha num crescimento tão extraordinário de 5%, 6%, estava numa situação tão boa, mas de repente veio uma crise causada pelos países ricos e nos traz esse transtorno", disse Lula, em evento ontem.
Acrescentou ainda que "o dado concreto é que o PIB cresceu menos do que eu queria mas decaiu menos do que foi pronunciado nos últimos três meses por especialistas. Todo mundo dizia que ia ser uma catástrofe e não foi". Lula disse também que há sinais de recuperação e pediu mais investimentos de Estados e municípios a governadores presentes.
O PIB, que mostra o comportamento de uma economia, é a soma das riquezas produzidas por um país –é formado pela indústria, agropecuária e serviços. O PIB também pode ser analisado a partir do consumo, ou seja, pelo ponto de vista de quem se apropriou do que foi produzido. Neste caso, é dividido pelo consumo das famílias, pelo consumo do governo, pelos investimentos feitos pelo governo e empresas privadas e pelas exportações.
arte Folha | ||