Logo Leandro e CIA

‘Crédito ainda é insuficiente e caro’, diz Mantega sobre a crise

Publicado em:

estadao.com.br

Ministro avalia, porém, que está havendo evolução nas operações, com recuperação maior para a pessoa física

Renata Veríssimo e Célia Froufe, da Agência Estado

BRASÍLIA-O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou quinta-feira, 28, que o crédito disponível no País ainda é insuficiente e caro. "Mas em relação ao quadro bastante crítico do final do ano passado, há uma distensão do crédito", disse.

Ele destacou que está havendo uma evolução dessas operações, com recuperação maior do segmento de pessoa física. Ele lembrou que a oferta de crédito teve seu ápice em abril e maio de 2008 e apresentou uma queda forte no último trimestre do ano passado e em janeiro deste ano.

Mantega disse que para a pessoa jurídica, embora haja uma recuperação da oferta, o volume do crédito ainda está aquém do que é necessário. " O crédito está voltando, mas não é suficiente para suprir a necessidade da economia brasileira", disse o ministro.

Ele afirmou que tem notado, nas últimas semanas, uma reação maior no sistema financeiro. "Me parece que há uma competição maior, os bancos públicos estão ofertando mais crédito e reduzindo juros e os bancos privados estão fazendo a mesma coisa", disse o ministro. Segundo ele, está havendo um alongamento dos prazos. Mantega destacou que no financiamento oferecido pelo setor automotivo já há linhas com 60, 70 e até 80 meses. "O que é uma novidade para o período recente", disse Mantega.

Mantega voltou a criticar os spreads "extremamente elevados" no Brasil. "É um problema crônico antigo e que se agravou na crise", disse. O ministro afirmou ainda que no passado, quando houve crises mais leves, a política do governo era pró-cíclica com aumento de juros e redução dos investimentos. "Agora, podemos reduzir juros e aumentar o crédito".

Mantega lembrou a importância da criação do cadastro positivo cujo projeto está tramitando no Congresso, como instrumento capaz de reduzir os juros e a inadimplência.