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Reunião entre Lula e Chávez termina sem acordo sobre refinaria em PE

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FOLHA ONLINE

da Efe

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, não chegaram a acordo sobre a parceria entre a Petrobras e a petrolífera venezuelana PDVSA na Refinaria Abreu e Lima, no Porto de Suape, em Pernambuco. Os dois se encontraram hoje em Salvador (BA).

A decisão de como será a parceria foi adiada por mais 90 dias. As dificuldades para chegar a um acordo definitivo foram discutidas em uma reunião a portas fechadas, mas o conteúdo vazou a jornalistas porque um microfone foi deixado ligado no local.

Um dos pontos de discórdia é o preço a ser pago pela Venezuela pelo petróleo extraído do local; o outro são os altos custos de investimento e, o terceiro, a forma que será feita a comercialização dos produtos –a Venezuela quer comercializar no Brasil, mas isso seria prerrogativa da Petrobras.

Por enquanto, está acordado que a Petrobras terá 60% de participação na refinaria, e PDVSA ficará com 40%, e que ambas dividirão proporcionalmente os investimentos de US$ 4,5 bilhões necessários ao projeto. Até agora, porém, só o governo brasileiro investiu na obra.

Por meio do sistema de som, foi possível identificar a decepção de Chávez. Ele lamentou que os dois países não tenham sido capazes de fazer um acordo. “Confesso minha frustração, mas a culpa é dos dois países, que não foram capazes de chegar a um acordo.”

Nacionalização na Venezuela

Hugo Chávez afirmou ainda que as empresas brasileiras estão a salvo das nacionalizações que têm sido efetuadas na Venezuela nos últimos meses. “Estamos em uma fase de nacionalização de empresas no país. Menos as brasileiras”, disse.

Na reunião fechada com Lula, Chávez relatou ainda, em tom bem humorado, que tentou convencer o empresário Emilio Odebrecht a abraçar o socialismo, mas ele recusou a proposta.

A Odebrecht é a maior empreiteira em operação na Venezuela. É responsável pelas principais obras de infraestrutura no país, entre elas as novas linhas do metrô de Caracas e a segunda ponte sobre o rio Orinoco, inaugurada em 2006, na qual foi gasto US$ 1,28 bilhão.

Nos últimos meses, companhia brasileira –assim como várias outras empresas prestadoras de serviço ao Estado– vem sofrendo com o atraso no repasse de verbas, provocando a redução no ritmo de algumas obras.