Banco do Brasil libera mais R$ 13 bi para crédito e reduz juros
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Folha Online
EDUARDO CUCOLO
da Folha Online, em Brasília
O Banco do Brasil anunciou nesta segunda-feira a elevação do limite de crédito e a redução das taxas de juros para os seus clientes em nove modalidades de empréstimos.
Segundo o banco, o aumento do limite de crédito, que vai somar R$ 13 bilhões, vai beneficiar 10 milhões de clientes pessoa física, o que equivale a um terço dos correntistas. O BB estima que R$ 3 bilhões desse crédito extra devem ser utilizados ainda neste ano.
Em média, esses clientes terão 25% a mais de crédito para compra de material de construção, eletrodomésticos da linha branca, veículos e no crédito consignado, entre outros. Hoje, essas nove linhas representam metade da carteira de crédito pessoa física do BB, que soma R$ 61 bilhões.
De acordo com o BB, a escolha dos clientes foi feita a partir do cruzamento de dados sobre risco de inadimplência, necessidade de mais limite de crédito e tempo de relacionamento com a instituição. A partir desses dados, o banco espera evitar que esse aumento do crédito gere também uma elevação da inadimplência.
Juros
O BB também vai reduzir os juros praticados nessas nove linhas. Nesse caso, a redução vale para todos os 30 milhões de clientes pessoa física.
No crédito consignado, a taxa máxima cai de 1,97% para 1,92% ao mês (para servidores públicos) e de 3,75% para 3,20% ao mês (demais convênios). Para os beneficiários do INSS, o juro máximo cai de 3,19% para 2,99% ao mês.
Na linha branca e no material de construção, a taxa máxima caiu de 3,23% para 2,89% ao mês. A linha BB Crediário, que pode ser usada para diversos financiamentos, teve seu teto reduzido de 3,39% para 2,99% ao mês.
Já no crédito para aquisição de veículos, a taxa máxima cai de 2,63% para 2,44% ao mês. Nas outras duas linhas beneficiadas, a taxa máxima cai de 4,10% para 4,06% ao mês (BB crédito salário) e de 5,50% para 5,29% ao mês (BB crédito automático).
Questão política
O vice-presidente de Crédito do BB, Ricardo Flores, disse que o objetivo das mudanças é estimular o consumo e acompanhar a queda na taxa básica de juros promovida neste ano. A medida também deve ajudar o banco a atingir sua meta de fechar o ano com um crescimento de até 25% na carteira de crédito da pessoa física.
Flores afirmou que a decisão foi técnica e não foi tomada com base em uma questão política. No mês passado, o governo trocou a diretoria do BB devido à pressão para que a instituição reduzisse mais a suas taxas de juros. O novo presidente da instituição, Aldemir Bendine, assumiu com o ministro Guido Mantega (Fazenda) o compromisso de baixar mais as taxas e aumentar o volume de empréstimos.
“Foi uma decisão autônoma, sem qualquer conotação política. Esse trabalho já vinha sendo desenvolvido dentro de bases técnicas e foi concluído agora”, disse o vice-presidente do BB.
Bradesco
Também hoje o Bradesco anunciou a ampliação do prazo de financiamento da casa própria de 25 para 30 anos e a redução da taxa de juros dos contratos pós-fixados para imóveis novos e usados.
O comprador poderá financiar até 80% do valor de venda ou avaliação do imóvel, desde que o comprometimento máximo da renda líquida não ultrapasse 30%. O prazo maior do financiamento abrange todas as modalidades do SFH (Sistema Financeiro da Habitação).
Quanto ao corte dos juros, o Bradesco divulgou que a taxa para imóveis novos ou usados de até R$ 120 mil vai passar de 10,0% para 8,9% ao ano –equivalente a uma taxa mensal de 0,7% ao mês, mais a variação da TR. “Esta taxa é a menor do mercado para imóveis nesta faixa, financiados com recursos da poupança”, informou o banco.
As taxas de outras modalidades pós-fixadas também caíram: em imóveis comerciais para pessoa física, de 16% para 14% ao ano (mais a TR), e em imóveis residenciais com faixa de R$ 120 mil a R$ 500 mil, de 11% para 10,9% ao ano (mais a TR).