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Brasil sobe três posições em ranking de competitividade

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PORTAL EXAME

País ocupa 40º lugar entre as 57 nações avaliadas; apesar da melhora, taxa de desemprego e inflação são pontos que merecem atenção

A escola suíça de negócios International Institute for Management Development (IMD) divulgou nesta quarta-feira (20) o Relatório Anual de Competitividade (WCY) de 2009, em que relaciona as economias mais competitivas do mundo. No balanço deste ano, o Brasil ganhou três posições em relação a 2008, atingindo o 40º lugar entre os 57 países analisados. Os dados brasileiros da pesquisa foram compilados pela Fundação Dom Cabral.

Apesar da crise financeira global, a liderança continua com os Estados Unidos, seguido de Hong Kong, que inverteu posições com Cingapura. A Suíça está em 4º e a Dinamarca fecha os cinco primeiros. No ranking, a distância entre o Brasil e as nações mais bem colocadas diminuiu. Essa mudança foi influenciada tanto pela redução das diferenças entre as economias analisadas – principalmente em relação aos Estados Unidos – quanto pelos ganhos competitivos reais apresentados pelo Brasil.

O estudo destaca ainda 15 itens que tiveram melhoria (entre eles os investimentos estrangeiros no país e capitalização de ações) e outros 15 que pioraram ao longo do ano (como a taxa de inflação). Para compor o ranking, são analisados quatro aspectos de cada nação separadamente: performance econômica, eficiência do governo, eficiência dos negócios e infraestrutura. À exceção da eficiência do governo, o Brasil registrou melhora em todos os índices. O melhor desempenho brasileiro foi na performance econômica, que ganhou 10 posições e agora ocupa o 31º lugar. O setor empresarial também teve bom resultado e subiu 2 posições, passando para o 27º lugar.

Em nota, o professor Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, comentou os desafios para 2009. “Como desafios para o futuro, e principalmente visando manter essa capacidade de resistência a instabilidades, o Brasil necessitaria manter políticas cambial, de juros e de inflação adequadas ao perfil do país, estimular o consumo através da redução da carga tributária, incrementar os níveis de emprego e renda através de revisão das leis trabalhistas e previdenciárias e manter os níveis de investimento em infraestrutura através da implementação efetiva do Plano de Aceleração para o Crescimento – PAC. Para o longo prazo, o grande desafio do país estaria em conseguir promover campanhas de conscientização e incentivos corretos aos investimentos em inovação.”

O prêmio Nobel de Economia Edward Prescott afirmou recentemente em evento da revista EXAME que se o Brasil seguir o atual ritmo de recuperação, poderá alcançar as nações industriais em curto prazo. Mas o economista observou que o governo ainda precisa melhorar suas políticas. Entre as medidas aconselhadas por Prescott para acelerar a recuperação brasileira, estão a descentralização dos pólos econômicos, estimulando a competição entre os estados.

Entre os pontos fracos do desempenho econômico está a taxa de desemprego a longo prazo. E é um ponto que deve ser analisado com atenção. Desde dezembro de 2008, a taxa vem registrando sucessivas altas, reflexo da crise econômica global que chegou ao país, atingindo os 9% em abril. Os últimos dados divulgados pelo IBGE mostraram que em março a população desocupada ultrapassou os 2 milhões de pessoas pela primeira vez em 18 meses – uma alta de 7,3% em relação a fevereiro.