A Associação Nacional dos Sindicatos da Micro e Pequena Indústria (Assimpi) pretende levar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma agenda de reivindicações do setor que inclui a desoneração dos micros e pequenos empresários, que tiveram aumento de carga tributária, e redução do custo e mais agilidade para acesso ao crédito. Uma audiência com o presidente Lula estava agendada para hoje, mas teve de ser desmarcada e ainda não foi definida outra data para o encontro.
Segundo o presidente da entidade, Joseph Coury, o caminho que os brasileiros percorrem até conseguir formalizar a criação de sua empresa ainda é cheio de incertezas. A agilidade do processo depende de vários fatores, como, por exemplo, o Estado onde se tenta abrir um negócio. Nesse momento, diz ele, a informalidade acaba sendo o rumo escolhido por muitos.
"A formalização da abertura de empresas pode levar de dois a 30 dias, dependendo do Estado. O problema é quando você entra no imponderável. Quando se entra na frase depende é que começam os problemas e muitos acabam desistindo de se formalizar, de estar na legalidade, o que é muito ruim", disse ele.
Além desse problema, outros foram intensificados com a crise financeira, como o acesso ao crédito. Segundo Couri, em setembro do ano passado a liberação de crédito pelos bancos era efetuada em até dois dias, enquanto hoje a mesma operação chega a demorar até 15 dias. O valor das taxas de juros também foram multiplicadas.
Em fevereiro, a associação assinou um protocolo de intenção com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) contra acordos coletivos que reduzam o salário e a jornada de trabalho dos funcionários, o que causa uma redução do poder de compra e ameaça o mercado interno, público alvo dos micros e pequenos empresários.