Sistema de escrituração digital traz desenvolvimento
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GAZETA MERCANTIL
São Paulo, 30 de Março de 2009 – Além de criar nas empresas a necessidade de passar a limpo seus processos internos e mudar suas relações com a Receita Federal, as obrigações impostas pelo início da vigência do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) e da Nota Fiscal Eletrônica contribuíram para o crescimento das empresas de software. Desde a estruturação do projeto, em 2006, até o ano passado o setor duplicou seu crescimento.
Foi o caso da Mastersaf, que nestes dois anos de SPED e Nota Fiscal Eletrônica, cresceu 120%.
Mesmo com a crise, a perspectiva é crescer 50% em vendas neste ano, informa José Lima, diretor de Canais da Mastersaf.
Segundo Lima, o SPED trouxe para as empresas de software e integradoras de Tecnologia da Informação (TI), as consultorias, acesso a mercados que antes não faziam parte de seu objetivo, forçando-as a avançar e buscar melhorias e inovações. "Por causa da crise, no final de 2008, as empresas pararam seus investimentos, mas principalmente as integradoras de TI não sofreram os efeitos, porque as companhias não cessaram os projetos de adequação para a digitalização tributável, por ser obrigatória", afirma.
Mesmo sem vivenciar um cenário ruim, a Mastersaf constata uma mudança de paradigma por parte das empresas, por conta da crise financeira mundial. "A partir do segundo semestre de 2008, os processos de compra ficaram mais criteriosos, os preços mais negociados e as decisões mais demoradas. Tivemos que reorganizar as ofertas mas, mesmo assim, nosso faturamento não foi impactado", garante Lima.
Outra mudança de rota da companhia, por causa da crise, foi focar novamente as grandes empresas. Para o executivo, o grande desafio dos fabricantes de software é criar fórmulas de comunicaçõa com as médias empresas, já que o segmento possui perfil específico e cada setor tem uma peculiaridade. A Mastersaf criou um modelo com diferentes perfis para atender à necessidade de cada companhia.
Hoje, a Mastersaf atua com 180 contratos (cada um representa mais de uma empresa) com companhias de médio porte e 200 contratos, com grandes empresas.
O Sistema Público de Escrituração Digital é um grande projeto de envio de informações contábeis e fiscais por via eletrônica. Divide-se em três grandes projetos: Nota Fiscal Eletrônica (obrigatória a partir de abril de 2009), SPED fiscal (desde janeiro de 2009) e contábil (janeiro de 2009, de efeito retroativo). Sua implantação está sendo feita de forma gradativa.
No caso da Nota Fiscal Eletrônica, por exemplo, sua adoção será por grupos de segmentos de atuação. No próximo 1º de abril, serão obrigados a adotá-la setores da cadeia automotiva (importadores, fabricantes, produtores, formuladores e distribuidores), do setor de derivados de petróleo e gás, da área de mineração, química e de varejo, especialmente de bebidas e fumo.
(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 1)(Priscila Dadona/InvestNews)