Governo deve liberar R$ 300 milhões para cooperativas
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BRASÍLIA – O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes afirmou nesta quarta-feira, 11, que o governo deve liberar mais R$ 300 milhões para a capital de giro das cooperativas brasileiras. Em janeiro, o governo já havia liberado R$ 700 milhões e a expectativa do ministro é que mais R$ 1 bilhão seja liberado num prazo de 60 dias.
O ministro participou há pouco, em Brasília, do lançamento da Agenda Legislativa do Cooperativismo, pela Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). Durante discurso, o ministro disse que muitos bancos não têm "sensibilidade" para trabalhar com o setor agrícola. Sem citar nomes, ele disse que alguns bancos trabalham com o setor industrial e por isso têm dificuldades para entender as características do agronegócio.
O ministro disse que o governo está trabalhando para por fim a estas dificuldades. "Muitas vezes, uma decisão que é tomada (pelo governo) no início do plantio não é colocada em prática ate o período de colheita", afirmou. O ministro também falou sobre o novo modelo de política agrícola que está sendo elaborado pelo governo, junto com a iniciativa privada. Ele acrescentou que as discussões sobre a renda da atividade agrícola também precisam considerar a questão dos custos de produção, que são influenciados pela carga tributária.
Sobre a safra, o ministro disse que ainda há problemas de seca no oeste da Bahia, região produtora de soja. Ele estimou que a colheita de soja deve ficar em torno de 58 milhões de toneladas. Em relação ao setor sucroalcooleiro, Stephanes afirmou que as perspectivas são positivas e que este é um setor sólido. No entanto, diz ele, é preciso ter cuidado na expansão das usinas, porque mercados potenciais, como é o caso do Japão, ainda não começaram a comprar o etanol brasileiro.
Stephanes voltou a defender a reformulação do Código Florestal e disse que pessoas que conhecem o tema meio ambiente devem participar dos debates e não só os grupos ambientalistas. Ele afirmou que na próxima semana irá se reunir com representantes do Congresso Nacional, para discutir uma proposta de mudança do código. Ele garantiu que o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, participara dos debates. As discussões em torno da reformulação do código foram suspensas no ano passado, depois que surgiram divergências entre os dois ministros sobre o tema.