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Novo mínimo injetará R$ 65,5 mi na economia

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Por: JEAN GREGÓRIO

em tempo de crise econômica e redução de vendas, a injeção de 65,5 milhões na economia paraibana em março, referente ao pagamento do novo salário mínimo (R$ 465), deverá aquecer o comércio. Para dirigentes de entidades de classes comerciais, os pequenos municípios paraibanos deverão sentir de forma mais intensa os efeitos positivos (ganho real para os trabalhadores assalariados) e negativos (nas contas públicas). O aumento que corresponde a 12%, sem descontar a inflação, é uma das apostas do governo federal para estimular o consumo e evitar uma retração mais forte nas vendas, principalmente em municípios de pequeno porte. 
 
“O aumento do salário mínimo é uma moeda de duas faces. Ele irá aquecer as vendas no comércio, mas também dificultará a folha de pessoal de algumas prefeituras”, lembrou o presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado da Paraíba, Alexandre Moura, ao acrescentar que as vantagens são ainda maiores diante do cenário de crise que se aproxima do país, que traz normalmente quedas de vendas no primeiro trimestre.   
  
De acordo com os cálculos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o montante a mais com o novo mínimo até o final do ano será de R$ 786,4 milhões. Somente dos segurados do INSS, que terão a maior participação no montante vai injetar neste mês nos 223 municípios mais de R$ 26 milhões e R$ 313 mil, o equivale a quase 40% do total. Ao todo serão mais de 1,3 milhão de trabalhadores que recebem um salário mínimo no Estado.
Para o presidente da Fecomércio-PB (Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado da Paraíba), Marconi Medeiros, o reajuste do mínimo nessa proporção “chegou em boa hora” para a economia paraibana. “Embora não haja necessidade de pânico em relação à crise financeira, o aumento do Mínimo vem reforçar os caixas das empresas do comércio varejista da Paraíba, principalmente nas cidades do interior onde o Mínimo tem sempre maior impacto no consumo e nos bairros que concentra maior número de trabalhadores de baixa renda de João Pessoa e Campina Grande que têm forte dependência do INSS e ganham o piso nacional”, frisou. Para Medeiros, o Mínimo de R$ 465 “será importante, pois poderá aquecer novamente o comércio e consumo local dessas cidades”.
Sobre a alegação das prefeituras paraibanas de revelarem que estão com dificuldade de pagar o novo piso de R$ 465 devido à queda de receita, Marconi Medeiros afirmou que “está cansado de ouvir a cada novo aumento do Mínimo a mesma história, pois todos sabem que quando uma economia local volta a aquecer, aumenta o consumo e esses recursos voltam aos cofres públicos em forma de tributos”, lembrou.
 
Já o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de João Pessoa (CDL), Jurandir Guedes, disse que o aumento será ponderado, pois “boa parte das empresas que pagam o Mínimo terão aumento de custos e repassarão para os produtos. Na capital, o impacto será menor que os demais municípios de pequeno porte”, frisou.