Sistema exclui envelopes em depósitos bancários
Publicado em:
Patricia Knebel
Nos próximos 120 dias deverá estar disponível no Rio Grande do Sul uma tecnologia de identificação de documentos por imagem que tornará possível o depósito de cheques e cédulas nos terminais de auto-atendimento bancários sem a necessidade de uso de envelopes. Já consagrado no mercado americano e ainda inédito no Brasil, o software está sendo integrado pela ATP, considerada a maior instituição não-bancária de processamento de documentos do País, com mais de 45 milhões de unidades produzidas a
cada mês.
Nos próximos 120 dias deverá estar disponível no Rio Grande do Sul uma tecnologia de identificação de documentos por imagem que tornará possível o depósito de cheques e cédulas nos terminais de auto-atendimento bancários sem a necessidade de uso de envelopes. Já consagrado no mercado americano e ainda inédito no Brasil, o software está sendo integrado pela ATP, considerada a maior instituição não-bancária de processamento de documentos do País, com mais de 45 milhões de unidades produzidas a
cada mês.
O sistema está em fase final de desenvolvimento e em breve estará disponível para que as instituições financeiras possam oferecer para os seus clientes. Alguns ajustes estão sendo feitos agora e outros dependerão das estratégias de cada banco, como o destino das notas falsas que algum cliente por ventura tente depositar. A solução pode estar programada para permitir que a operação seja realizada, mas apenas aceitando as notas verdadeiras, ou devolver todo o depósito feito.
Uma das grandes vantagens do uso da tecnologia de reconhecimento de imagem no auto-atendimento é o fato de o dinheiro ou do cheque entrarem diretamente na conta do destinatário. Hoje, os bancos mais agressivos nessa estratégia conseguem que isso seja feito em até duas horas.
Com essa nova tecnologia, apenas nos casos em que houver alguma divergência o processamento não será automático, levando entre 15 e 30 minutos. Isso pode acontecer, por exemplo, quando o software não reconhecer a assinatura no cheque ou tiver dificuldade para fazer a leitura da grafia. Nesses casos, o cliente recebe o recebo do depósito normalmente, mas o cheque é enviado para uma célula de monitoração, que faz esse reconhecimento de forma manual ou usando outras tecnologias. "Essa tecnologia garante uma grande agilidade no auto-atendimento e uma maior satisfação do cliente, já que o depósito é automático", observa o presidente da ATP, Nori Lermen.
A empresa está apostando na tecnologia de processamento de imagem de documentos também para oferecer outros serviços ao mercado, como nos segmentos de venda de seguros, crédito consignado e gestão de crédito. A solução Imagon viabiliza que operações simples e do dia-a-dia dos vendedores sejam feitas diretamente do local onde eles estejam com os clientes, seja o pátio de uma fábrica, um feirão de automóveis ou o escritório do cliente. Uma caneta digital, que transforma a escrita em dados eletrônicos, permite que informações como CPF e assinatura sejam coletadas e transmitidas através do celular para um centro de processamento que, por sua vez, valida os dados. O mesmo pode ser aplicado para um posto ou correspondente bancário.
Lermen relata que, com essa tecnologia, um varejista pode abrir uma conta, conceder crédito ou vender seguro em qualquer lugar, desde que tenha sinal de celular. "Essa solução leva serviços e produtos do sistema financeiro, que antes estavam concentrados em grandes centros, para pequenas localidades", afirma o executivo. A solução foi lançada esse ano e já está em operação com a BB Veículos, para a venda de seguros para automóveis.
Atualmente, a ATP tem 1,8 mil funcionários diretos atuando em 21 filiais, uma delas em Porto Alegre. No ano passado, a companhia faturou R$ 350 milhões e a expectativa é de crescer entre 10% a 15% em 2008. As projeções para 2009 são positivas. "Será um ano em que muita coisa vai acontecer nessa área de processamento de documentos e uso efetivo de tecnologia de imagem no varejo", aposta Lermen.